Documentário dirigido por Évila dos Anjos estreia em Poços
"Força da Terra: Identidade, Território e Memória” retrata resistência e identidade indígena
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O documentário “Força da Terra: Identidade, Território e Memória” é o mais recente trabalho da multiartista indígena Évila dos Anjos, que explora a cultura, resistência e identidade dos povos originários através das histórias de três mulheres indígenas: Sol Terena, Tammy Tupinambá e Maria Flor Guerreira.
Como desdobramento do projeto cultural “Saberes das Histórias”, o filme propõe um mergulho profundo nas vivências de mulheres que mantêm vivas suas tradições, dando continuidade ao compromisso de Évila em promover o compartilhamento de saberes ancestrais e ampliar o espaço de vozes indígenas no Brasil.
O documentário terá exibições gratuitas em Poços de Caldas (ver programação no fim da página) como parte da Mostra Lei Paulo Gustavo de Cinema, evento dedicado a obras contempladas pela Lei Paulo Gustavo, que apoia projetos culturais e artísticos no país desde 2022.
Um Projeto de Resistência Cultural e Identitária
Com sua produção sensível e narrativa orgânica, “Força da Terra: Identidade, Território e Memória” traz à tona a diversidade e complexidade das experiências indígenas contemporâneas, explorando com sensibilidade, a força e a resistência que caracterizam a trajetória dessas mulheres.
Cada uma das protagonistas compartilha aspectos marcantes de suas histórias, abordando temas como a infância, a formação de sua identidade indígena, as lutas por reconhecimento, o ativismo e o processo de superação de inúmeros desafios vivenciados cotidianamente em um país onde ainda impera um imaginário estereotipado sobre as pessoas indígenas.
Entrevistas
A primeira entrevistada, Sol Terena, é conhecida por seu trabalho de militância em prol dos direitos de indígenas com deficiência. Ela também é guardiã dos grafismos de seu povo e fundadora da marca Grafismo Indígena, que atua na preservação dos símbolos e cores ancestrais.
A segunda entrevistada, Tammy Tupinambá, residente em Taboão da Serra (SP), é assistente social, artesã de ervas e empreendedora. Ela traz ao documentário sua trajetória de descoberta e afirmação de suas raízes indígenas, bem como sua luta constante por reconhecimento e contra o preconceito.
A terceira entrevistada, Maria Flor, em Santa Luzia (MG), é educadora intercultural, engajada na preservação dos saberes indígenas e membra do Comitê Indígena Mineiro.
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Histórias de Retomada e Conexão Ancestral
A narrativa do documentário constrói uma teia de histórias de resistência e reconexão, enfatizando como as experiências indígenas moldam identidades e reforçam a importância de preservar e valorizar a cultura dos povos originários em tempos de constantes ameaças ao seu legado.
Tammy Tupinambá, por exemplo, reflete sobre o impacto do que chama de “não-lugar” em sua alma e sobre como a reconexão com suas origens fortalece seu trabalho de apoio e empoderamento.
Para Sol Terena, sua militância e o resgate de tradições através da arte são a continuidade de uma missão comunitária de fortalecimento e união, enquanto Maria Flor trabalha para que esses saberes sejam transmitidos às novas gerações.
Quem é quem
A diretora Évila dos Anjos vê o documentário como uma oportunidade de ampliar a percepção da sociedade sobre a diversidade indígena e sobre o que significa ser indígena na contemporaneidade.
“Essas histórias são um chamado para todos nós. Ouvir e valorizar as vozes dos povos originários é essencial para entender nossa própria história e construir um futuro mais inclusivo e consciente”, comenta Évila, que há mais de uma década reside em Poços de Caldas e idealiza projetos culturais como o “Saberes das Histórias”.
Évila dos Anjos, mulher indígena paraense, vive há mais de dez anos em Poços de Caldas e desde então tem sido uma liderança ativa no incentivo ao compartilhamento de conhecimentos indígenas na região.
O projeto “Saberes das Histórias”, ativo há dois anos, trouxe oficinas, rodas de conversa e diálogos culturais para a cidade, e agora expande seu alcance com o lançamento deste documentário, abordando temas culturais e políticos através de uma perspectiva genuinamente indígena.
Produção
O projeto de produção do documentário vem sendo executado desde março deste ano, tendo as gravações realizadas entre os meses de junho e setembro, graças ao recurso vital da Lei Paulo Gustavo, que apoia o setor cultural e a produção artística especialmente após os impactos severos da pandemia de Covid-19.
Este financiamento não só tornou possível a realização do documentário como também viabilizou a contratação de uma equipe de alto nível, formada principalmente profissionais de Poços de Caldas, do audiovisual e de áreas complementares, incluindo técnicos, produtores, pesquisadores e outros talentos da cadeia produtiva local.
A relevância do investimento cultural é aqui evidente: além de enriquecer a cultura, o recurso impulsiona a economia da cidade, e reforça o impacto positivo para a própria população que se beneficia de um setor cultural fortalecido e dinâmico.
As exibições são gratuitas, oferecendo uma experiência completa de conexão com a cultura indígena e uma reflexão profunda sobre identidade e pertencimento.
A mostra LPG de Cinema, que apresenta o documentário, reforça o compromisso da legislação federal em dar visibilidade à produção artística e cultural brasileira, oferecendo ao público a oportunidade de vivenciar essas histórias gratuitamente
Exibições em dois locais
O documentário “Força da Terra: Identidade, Território e Memória”, estará em exibição em dois locais, nas seguintes datas e horários, com entrada gratuita.
📍 Cine Marquise Ultravisão
•07/11 (quinta-feira) às 20h
•12/11 (terça-feira) às 20h
📍 IMS Poços
•16/11 (sábado) às 19h, seguida de uma roda de conversa com a diretora e a equipe do documentário.
Saiba mais sobre o projeto nas redes sociais: @saberes.dashistorias