Doação ou violação de órgãos? O outro lado da moeda

Pastor comenta sobre a questão da doação de órgãos

O pastor Milton Santana apresenta seu ponto de vista sobre a questão de doação de órgão, onde, segundo ele, a “opinião médica diverge da religiosa”.

No período de 13 a 19 de julho de 1997 o Jornal Ponto Final de n° 18 traz a matéria: “Transplante é assunto polêmico”, trazendo a opinião médica – que diverge a opinião religiosa, que como não deveria de ser, também é divergente, pois, as teologias, ou seja, estudo ou conceito de Deus é divergente, contudo, temos uma fonte única e real que é a palavra de Deus, a Bíblia, que instrui e difere todas as dúvidas, inclusive, é a boa ciência, quem  confirma a sua veracidade.

À primeira vista, a doação de um órgão para uma pessoa necessitada é um gesto humanitário de amor, contudo, não podemos atender somente a este lado, ou seja, precisamos olhar o outro lado da moeda. A medicina – arte e ciência de curar ou atender as doenças; diverge no ponto que fundamenta a própria Palavra de Deus e a própria lei que regulamenta a doação de órgãos, a de n° 9.434 de 4 de fevereiro de 1997 – que conforme a lei, criada em 1991 pelo Conselho Federal de medicina, a qual, declara e reconhece a morte encefálica, como a extinção do indivíduo, ou melhor, o considera morto através do conceito de cérebro parado, conceito, como já citamos, é divergente, a ponto de se propor aos próprios estudantes de medicina e de enfermagem, a educá-los neste conceito, para que seja sanada esta grande divergência da classe médica com a palavra de Deus.

Aqueles que participam desta prática, sentem-se incomodados e acusados, visto que, no seu íntimo, existe um debate com a própria consciência da legalidade do ato praticado. A Palavra de Deus contesta o conceito da medicina e a própria lei recém-decretada pelo excelentíssimo Sr. Presidente da República. Dr. Fernando Henrique Cardoso, que sempre se declarou ateu. Difícil talvez até de aceitar, quando no livro de Provérbios capítulo 4, versículo 23 diz: “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procede as fontes da vida”.

Fico com a Palavra de Deus, pois, aproximadamente 93 passagens bíblicas fazem referência à importância do coração,  o próprio Cristo, num conforto aos seus discípulos, como registra o Evangelho de João capítulo 14, versículo1, declara: “não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim”. A condicional para o transplante é que o coração esteja batendo para a retirada dos órgãos sólidos como: coração, rins e fígado.

Assim, é a confirmação que a Palavra de Deus é a verdade. Ademais, sabemos que muitas pessoas declaradas clinicamente mortas, foram posteriormente encontradas em posição diferente da que foi sepultada, pois, a morte continua sendo um mistério, assim sendo, a medicina e a própria lei que se explique. Além de tudo, alerta de primeira página, que enfatiza o referido jornal, a declaração do médico, nefrologista, entrevistado, Álvaro Ianhez, que quem não quiser ser doador, terá até o final do ano para se manifestar através de delegacia de polícia, para registro em seu documento que não será doador. Outra violação sem precedentes!

Como dizia o ex-presidente Getúlio Vargas: – A Lei? Ora, a Lei! Contudo, parece que se esquecem que estamos em um regime democrático, e a referida lei viola a Constituição no que tange à liberdade de expressão e direitos humanos. É o momento da Ordem dos Advogados do Brasil se manifestar em defesa dos direitos constitucionais  e do cidadão. Parece que o desejo político se enfatiza em deturpação dos direitos já adquiridos, sendo lamentável em todos os aspectos. Entendo, que a doação de órgãos, é e deve ser condicionada a cada indivíduo, livremente, sem coação e compete ao governo e a classe médica interessada, realizar trabalho no sentido de esclarecer e respeitar a opinião de cada indivíduo.

A Lei n° 9.434 é falha, pois, o governo não garante aos menos favorecidos, economicamente, que também tenha garantidos o direito a um transplante de órgãos sem nenhum ônus. Os hospitais e os médicos envolvidos em transplante de órgãos, serão sem dúvida os grandes beneficiários, pois, para este tipo de implante precisaríamos ter uma legislação específica em termos de remuneração médica e hospitalar, incluindo também os menos favorecidos. Da forma brusca e violenta, se quer legalizar a doação de órgãos, é um caminho perigoso para, até mesmo, devido ao excesso de órgãos, partirmos para a comercialização e exportação dos mesmos.

Neste Brasil, sem Deus, sem Cristo, tudo é possível acontecer. O povo brasileiro é amoroso e prestativo, prova disso é que, em qualquer parte do mundo, onde houver um brasileiro, é bem aceito e alvo de atenção, pois, é notoriamente carismático. A questão de órgãos, é apenas uma das muitas necessidades do povo brasileiro.

Quantos estão adoecendo e morrendo de fome, por falta de uma política de libertação dos ricos, de terras ociosas e retirar dos grandes centros urbanos aqueles que poderiam trabalhar a terra em parceria com o governo que lhes proporcionaria máquinas para o trabalho em tipo cooperativas e garantindo o financiamento e um preço mínimo para os produtos da terra.

O trabalho enobrece e enriquece o homem, resolvendo desta forma, muitos problemas sociais, tais como: prostituição infantil, violência de menores, menores infratores, lares desfeitos na desestabilização da família, esvaziamento das prisões, a redução da criminalidade, redução do analfabetismo, enfim: uma lista infinita de benefícios. Você sabia que 75% das terras cultiváveis brasileiras nunca viram uma semente?

É fácil resolver o problema brasileiro! Basta aceitar a Jesus como Senhor e Salvador da vida e teremos uma nação abençoada! Doação de órgãos, somente respeitando  o livre arbítrio, ou seja, liberdade de cada cidadão. É preciso debater a questão. Hoje, passados quase 19 anos da publicação desta matéria, qual a opinião e conclusão do leitor a respeito?

* Milton Santana é pastor da Igreja do Evangelho Quadrangular Independente. E-mail:santanavb@uol.com.br