Deputados propõem duas novas CPIs na ALMG
As comissões verificariam irregularidades nas gestões da Cemig e do sistema socioeducativo do Estado
Dois deputados estaduais propuseram, em pronunciamentos na Reunião Ordinária de Plenário de terça-feira, 27, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) a instalação de duas comissões parlamentares de inquérito (CPIs) para apurar irregularidades na administração direta e indireta do Estado.
A deputada Andréia de Jesus (Psol) defendeu a instalação de CPI com o objetivo de averiguar problemas na nova gestão do sistema socioeducativo do Estado. O deputado Professor Cleiton (PSB) propôs a criação de CPI que investigue a Cemig, especialmente por denúncias de contratação de empresas sem licitação.
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A deputada defende que a Assembleia apure acusações apresentadas nesta terça em audiência da Comissão de Segurança Pública. Segundo ela, agentes socioeducativos que participaram da reunião denunciaram irregularidades no sistema de gestão implantado pelo Estado.
Um dos relatos encaminhados à comissão foi de possível tortura praticada em um dos centros de socialização de jovens, que está sob a responsabilidade da iniciativa privada, em Belo Horizonte. Também reclamaram de remoções forçadas de servidores, uso inadequado de recursos públicos e abuso de autoridade. “Esse modelo não está funcionando”, afirmou Andréia de Jesus.
Ela ainda falou das CPIs da Pandemia, instalada no Senado, e dos Fura-Filas da Vacinação, em andamento na ALMG. Em sua opinião, as duas comissões mostram desmandos e negligências dos governos federal e estadual na condução do combate à Covid-19.
Em Minas, a deputada acrescentou que o Executivo está interrompendo serviços assistenciais que são oferecidos à população mais vulnerável. “Não falta só oxigênio, mas uma série de políticas do Governo do Estado”, declarou.
CEMIG
Já Professor Cleiton considerou que há elementos suficientes para abertura de uma CPI na ALMG sobre a Cemig. Citando matéria veiculada pela imprensa, ele denunciou que, em dezembro de 2019, a concessionária contratou, sem licitação, a empresa paulista Exec para fazer a seleção do novo presidente da Cemig.
Foi escolhido, então, Reynaldo Passanezi, que tomou posse em 13 de janeiro de 2020. O novo presidente teria assinado contrato em 20 de janeiro para fazer pagamento de R$ 170 mil à Exec.
O deputado comunicou que vai apresentar requerimento para buscar mais dados sobre este e outros processos de contratação na concessionária. “Se a intenção é privatizar a Cemig, tudo tem que ser feito de modo honesto e transparente, respeitando o cidadão mineiro”, afirmou.
Ele ainda informou que, nesta sexta-feira, 30, haverá assembleia para definir, entre outros temas, os rendimentos da diretoria da empresa, que poderão atingir R$ 142 mil, entre salários e penduricalhos.
“Esse valor, que pra mim é imoral, daria para pagar o salário de 75 professores do Estado, que recebem inicialmente R$ 2.135. Perderam a vergonha na Cemig”, disse.