Consumidor é prejudicado por falhas no sistema do Detran-MG

Entre os vários problemas relatados, o registro da presença por biometria é o mais constante

No momento em que a Comissão de Defesa do Consumidor e do Contribuinte discutia problemas nos sistemas informatizados do Departamento de Trânsito (Detran-MG), o serviço estava fora do ar, causando inúmeros transtornos na prestação de serviço dos Centros de Formação de Condutores (CFCs) em todo o Estado. Provas chegaram a ser suspensas, por exemplo, e terão que ser repetidas pelos alunos.

Esses serviços são prestados pela Companhia de Tecnologia da Informação do Estado de Minas Gerais (Prodemge), empresa pública que também participou da audiência realizada na tarde desta terça-feira, 12, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

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A sugestão de criação de um grupo de trabalho reunindo todos os envolvidos acabou não sendo efetivada, mas a empresa se comprometeu a compilar e priorizar os problemas relatados.

Entre os vários problemas relatados pelos representantes dos CFCs ou autoescolas, o registro da presença por biometria é o mais constante. Todas as aulas são iniciadas e finalizadas com esse registro e, se o sistema está fora do ar, a aula não é contabilizada.

“Cada aluno gera pelo menos 271 registros ao longo da formação. E nos momentos de pico, temos de 5 mil a 10 mil aulas sendo registradas simultaneamente no Estado”, frisou o empresário Alessandro Geraldo Dias.

Ainda segundo ele, existe a possibilidade de registro de aulas eventuais, fora do sistema, mas limitado a 30% das aulas de cada aluno, índice que tem sido atingido rapidamente em função dos constantes problemas.

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Alessandro Dias enfatiza o desgaste para todos: Detran, Prodemge, CFCs e, sobretudo, consumidores. “Minas tem 8 milhões de habilitados e hoje temos muitas carteiras travadas por problemas no sistema”, garante.

Minas Gerais tem mais de 1.850 autoescolas em mais de 600 municípios, boa parte delas microempresas familiares. São mais de 15 mil empregados, 13 mil veículos e aporte de R$ 25 milhões/mês apenas com taxas pagas ao Estado.

Os dados foram trazidos por José Mario Pereira, presidente do Sindicato dos Proprietários de CFCs de Minas Gerais, para demonstrar a importância do setor.

De acordo com os representantes das autoescolas, o programa usado pela Prodemge é do ano 2000 e precisa ser reestruturado.

Mas os problemas para abertura de aulas, por exemplo, teriam começado em novembro de 2019, quando a empresa implantou seu Sistema de Segurança Corporativo (SSC). “Naquela ocasião, foram 11 dias ininterruptos sem sistema”, destacou Alessandro.