Ciça critica contradições do discurso do prefeito
Vereadora mostrou que fará mandato combativo e de fiscalização
A vereadora Ciça (PT) iniciou o seu segundo mandato na Câmara Municipal de Poços de Caldas mostrando que irá mais uma vez ser uma combativa fiscal da coisa pública.
Durante o uso da explicação pessoal na tribuna, Ciça criticou duramente o discurso feito pelo prefeito Sérgio Azevedo (PSDB) horas antes, durante a abertura dos trabalhos legislativos.
POLÍTICO X TÉCNICO
Inicialmente, a vereadora lamentou o fato de Sérgio Azevedo ter dito que não é político, mas, sim, técnico. “Aristóteles já havia dito que o homem é um animal político. Como pode o prefeito dizer que não é político, sendo que ocupa um cargo político e que para ocupar esse cargo político, precisa estar filiado a um partido político?”, disse.
A analogia com o filósofo grego foi feita pela vereadora para lembrar o discurso contraditório de Sérgio ao defender as indicações do prefeito para o Conselho de Administração do DME.
“O prefeito defende a nomeação de ocupantes de cargo com perfil técnico, mas colocou pessoas no Conselho de Administração do DME que são político e não técnicos. Justo no Conselho de Administração onde é preciso um grande conhecimento sobre energia elétrica. O que Jonei (Eiras), Zezé (Scassiotti), Marcus Togni e Marcelo Salles entendem de energia elétrica para estarem no Conselho de Administração? Todos eles são vinculados a partidos políticos, os dois primeiros ao PSDB, o terceiro ao PMN e o último ao PV”, argumentou.
ANISTIA
A vereadora também criticou o prefeito por declaração atribuída a ele, dando conta de que todos os cidadãos são iguais e terão que pagar impostos. Mas durante o discurso na Câmara, ele sinalizou que pretende fazer uma anistia para regularização de obras, mesmo com os interessados tendo que pagar. “Sou contra qualquer tipo de anistia, pois entendo que se todos os cidadãos são iguais e devem cumprir suas obrigações, porque beneficiar quem não faz a sua parte?”, questiona.
ADMINISTRAÇÃO CRIATIVA
Ciça também lembrou as ironias atribuídas à atual gestão sobre os números finais do mandato do ex-prefeito Eloísio do Carmo Lourenço (PT), que declarou ter deixado em caixa um saldo positivo de cerca de R$ 4 milhões.
“Não dá para entender como os atuais gestores classificam de forma irônica os números apresentados pela gestão passada como ‘administração criativa’ se quem era o contador que respaldou tais números é o próprio atual secretário da Fazenda, no caso, o senhor Alexandre Lino”, relata.
A vereadora lamentou também o fato do prefeito não ter aceitado que os vereadores fizessem perguntas a ele após o discurso de abertura dos trabalhos legislativos.
“O prefeito usou uma prerrogativa do regimento interno para não deixar os vereadores fazerem perguntas, mas se ele quisesse, poderia ter respondido aos questionamentos, ainda mais porque focou no seu discurso a necessidade de transparência da gestão pública”, completou.