Casos de contaminação por Covid-19 crescem e acendem alerta no Brasil
O Boletim Infogripe, publicado no dia 1º de junho pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), mostrou que a Covid-19 já é responsável por 59,6% dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) com identificação viral verificada nas últimas quatro semanas do mês de maio, mantendo tendência de aumento.
A atualização dos dados mostrou que 20 dos 27 estados apresentaram sinais de crescimento da tendência de aumento de novos casos.
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No dia 31 de maio, o país registrou pico de 40.979 novos casos em 24 horas. O aumento de casos já fez com que cidades como Curitiba e Londrina, ambas no Paraná, voltassem a recomendar o uso de máscaras em locais fechados e em locais abertos com aglomeração.
Ainda no mês de abril, a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) já havia alertado sobre a tendência de crescimento de infecções pelo vírus Sars-CoV-2 em todo continente, a partir de observação do que já estava acontecendo em países dos outros continentes.
Apesar desse cenário, a boa notícia é que o número de mortes continua baixo, em relação aos meses anteriores, com média de 100 óbitos diários, o que reforça a recomendação das pessoas não deixarem de se vacinar com todas as doses aprovadas pelas autoridades de saúde.
Junto com a vacinação, continuam em andamento as pesquisas clínicas relacionadas à doença, para observar possíveis surgimentos de novas variantes ou comportamento do vírus.
De acordo com a pesquisadora clínica Priscilla Monteiro Quintino, o aparecimento da Covid-19 aumentou o interesse de pesquisadores do mundo todo em estudar aspectos do vírus e seu impacto no organismo humano.
“A pandemia não só impactou o sistema de saúde e a economia, mas também a pesquisa científica, que ganhou mais evidência, despertando a curiosidade de muitos profissionais”, comenta.
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Quintino informa que somente na National Library of Medicine, que reúne publicações de estudos realizados em todo mundo, já existem mais de 260 mil resultados relacionados a pesquisas sobre Covid-19.
“Sem dúvida, houve grande movimentação no meio científico para prevenção (vacinas) e tratamentos com medicamentos para curar os sintomas da doença”, acrescenta à pesquisadora, que tem mais de seis anos de atuação na área.
Foi graças ao trabalho de pesquisadores – que muitas vezes atuam não apenas em institutos de pesquisa, mas também dentro de hospitais e unidades de saúde – que foi possível identificar os tratamentos mais adequados para tratar a doença, a exemplo do que já acontecia e acontece em relação a outras doenças, como explica Priscilla Quintino.
“A pesquisa clínica e os ensaios clínicos são um dos pontos prioritários para melhorar a qualidade de vida proporcionando bem-estar ou até a cura de pacientes com determinada doença. Um dos avanços da pesquisa clínica é a evolução ao tratamento de câncer, antes uma doença que condenava o paciente a morte, e hoje, em muitos casos, proporciona melhor qualidade de vida, com grande chance de cura”, ressalta.
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Rede Genômica da Fiocruz identifica linhagens e variantes do vírus da Covid-19 no Brasil
No último dia 27 de maio, a Fiocruz divulgou uma nova atualização dos resultados obtidos pela Rede Genômica sobre as linhagens e variantes do vírus Sars-CoV-2, com dados relativos ao período de 6 a 19 de maio.
De acordo com os novos dados divulgados, as linhagens de Ômicron BA.2.12.1, BA 4 e BA.5 foram reportadas pela primeira vez no Brasil na quinzena mencionada.
De acordo com informações da Rede, até o momento, a Organização Mundial de Saúde (OMS) reconheceu 10 variantes de monitoramento prioritário, classificadas em quatro categorias: variantes de preocupação (VOC), variantes de interesse (VOI), variantes sob monitoramento (VUM) e linhagens de variantes de preocupação sob monitoramento (VOC-LUM).
Atualmente, estão em circulação apenas as VOCs Ômicron e Delta, sem circulação expressiva, em escala global, de nenhuma VOI.
Ainda de acordo com o relatório da Rede, já foram caracterizadas mais de mil linhagens de Sars-CoV-2, mas apenas uma parcela delas teve e têm impacto significativo verificado na saúde pública durante a pandemia.
Segundo a pesquisadora clínica Priscilla Quintino, a identificação de novas variantes é importante para o controle da doença.
“Esse tipo de pesquisa é extremamente relevante, pois pode aparecer uma variante que escape da proteção da vacina. Ou uma que pode nos beneficiar, caso apareça uma variante contagiosa, mas menos letal, se tornando dominante e podendo tirar de circulação variantes mais perigosas. Foi mais ou menos o que aconteceu com a Ômicron”, comenta.