Câncer infantil: desafio na pontualidade do diagnóstico

O câncer representa uma importante causa de morte em crianças e adolescentes em todo o mundo.

Só no último ano, segundo a  Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), a doença é a segunda principal causa de falecimentos de pessoas com 19 anos ou menos na América Latina e Caribe.

No Brasil, de acordo com o INCA (Instituto Nacional do Câncer), é  primeira causa de morte (7% do total) entre pré-escolares e adolescentes – excluídas as mortes secundárias a acidentes e violência – principalmente em situações de estádio avançado, o que reforça a necessidade e o valor do diagnóstico precoce.

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Aproximadamente, para o ano de 2022, a estimativa do INCA é de 4.310 novos casos para o sexo masculino e de 4.150 para o feminino.

Os números são alarmantes e a demora na descoberta é fundamental, o que explica a pesquisa canadense Timeliness of diagnosis and treatment: the challenge of childhood cancers (Pontualidade do diagnóstico e tratamento: o desafio dos cânceres infantis) publicada no British Journal Of Cancer. O atraso no diagnóstico e no tratamento podem ser caracterizados como tempo de demora, representando um intervalo que se acredita influenciar na sobrevida e no resultado geral.

Nas últimas décadas, tem sido feito um trabalho para agilizar o diagnóstico na primeira infância por meio da criação de programas de triagem e de educação. Um deles é o Desafio ITACI Dia do Abraço, do Instituto de Tratamento do Câncer Infantil.

Até o dia 22 de maio (Dia do Abraço), algumas personalidades, como Samuel Rosa (cantor), Renan Dal Zotto (vôlei), Carlos Thomazella (futebol), Leandro Lehart (cantor) e Mônica Salgado (jornalista e influencer) participam da ação que objetiva divulgar informações sobre o diagnóstico precoce e arrecadar R$ 200 mil para a compra de medicamentos complementares.

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“85% das crianças e adolescentes acometidos pela doença podem ser curados, desde que sejam diagnosticados precocemente e tratados em centros especializados”, afirma Vicente Odone Filho, diretor clínico do ITACI, que explica que os tumores do sistema nervoso simpático, tipicamente representados pelos neuroblastomas, são responsáveis por cerca de 7,8% de todos os cânceres em menores de 15 anos. “A maioria ocorre em crianças abaixo dos três anos, sendo o tumor mais frequentemente encontrado nos primeiros meses de vida.”

Não ter medo de procurar ajuda também é fundamental. “Quando a comunidade fica informada dos sintomas, é mais fácil procurar médicos e centros especializados para consultas e exames. Assim, é maior a perspectiva de sobrevivência em crianças e adolescentes”, comenta Douglas Boscato, gerente da Fundação Criança (SP).