Bushcraft e pesca esportiva: tendências mundiais que crescem no Brasil

Consideradas atividades mistas e complexas, o bushcraft e a pesca esportiva ganham cada vez mais adeptos no Brasil.

Com milhares de praticantes na Europa e principalmente na América do Norte, o crescente número de adeptos refletem nas buscas por produtos em lojas de departamentos que dedicam alas inteiras a essas e outras atividades atreladas.

Ambas as atividades englobam inúmeras outras práticas com a intenção de colocar o indivíduo em contato com a natureza.

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Entram nesse nicho o campismo, trekking, montain bike e até a canoagem, visto que são atividades que convidam o praticante a montar acampamentos em destinos preservados e protegidos, muitas vezes com os recursos que o próprio meio proporciona.

Um dado relevante que corrobora com o tema é a pesquisa anual do Colégio norte-americano de Medicina Esportiva, onde são ranqueadas anualmente modalidades e tecnologias fitness propensas a serem tendências nos próximos anos.

Dentre as 20 modalidades e tecnologias ranqueadas para o ano de 2022, o terceiro lugar ficou com as atividades ao ar livre. Ainda segundo dados do próprio colégio, em 2021 as atividades ao ar livre ocupavam a 4º posição, o que nos possibilita concluir que nos próximos anos as atividades ao ar livre continuaram a figurar no topo das tendências mundiais.

Para o praticante de bushcraft, Cesar Roberto Oliveira, fundador de uma das páginas relacionadas ao meio, no Instagram, denominada “Pescador Mateiro”, a busca por conteúdos relacionados ao bushcraft cresceu de forma significativa nos últimos anos, aumentando e muito o número de seguidores e interações com as publicações da sua página.

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“O Bushcraft possui algumas práticas parecidas com as do sobrevivencialismo, já que é preciso andar na floresta, se instalar, armar acampamento, fazer fogueira, colher frutos e sementes e pescar para se alimentar, mas atualmente a prática vem ganhando adeptos do próprio campismo, originando na verdade a modalidade de camping selvagem, que também traz benefícios tanto a saúde do praticante como para o meio ambiente. Nos últimos anos a procura por esse conteúdo cresceu de forma acelerada” Cesar Roberto Oliveira – Pescador Mateiro.

De acordo com um estudo publicado no periódico científico Journal of Sports Science & Medicine, os benefícios de fazer atividade física ao ar livre superam e muito quaisquer outras atividades físicas indoor.

O estudo foi lastreado em resultados de ressonâncias magnéticas cerebrais comparados com testes de estresse feitos em dois grupos de voluntários, os que praticavam atividades físicas ao ar livre e os que praticavam atividades físicas indoor.

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Os cientistas concluíram que o estresse durante a prática das atividades físicas era muito menor naqueles que optaram por realizá-las ao ar livre.

A pesca esportiva por sua vez também teve um crescimento significativo e até maior que o bushcraft. O Dr. Thiago H. Fantini, CEO do Instituto Clube da Pesca.org, cuja iniciativa é de pesquisa e promoção da pesca esportiva no Brasil, relata que a busca por atividades ao ar livre foi potencializada pela pandemia, o que acarretou em uma série de estudos e pesquisas sobre os benefícios das práticas e um consequente crescimento na procura por tais atividades.

“A pesca esportiva é considerada uma prática ao ar livre complexa pois envolve uma série de outras atividades, como a canoagem ou kayaking. Nas expedições os praticantes buscam por locais cada vez mais remotos e selvagens cujo acesso se dá por meio de trilhas por florestas ou por meio de rios cuja navegação por motores é impossível por conta das pedras, troncos e vegetações aquáticas, sendo o caiaque um dos únicos meios de acesso “, diz o Dr. Thiago H Fantini, CEO do Instituto Clube da Pesca.org.

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Necessário frisar que as práticas ao ar livre necessitam de alguns cuidados. É importante que os participantes tenham alguns conhecimentos básicos de flora, fauna, características da região e técnicas de primeiros socorros pois a simples locomoção por vegetação natural e ambientes selvagens sujeita o praticante a encontros com animais peçonhentos, plantas urticantes e venenosas, arbustos espinhentos e principalmente o risco de se perder em uma floresta. Em alguns casos é recomendado até mesmo portar um telefone via satélite.

No entanto, com algum cuidado, orientação e busca por informação é possível afirmar que as práticas ao ar livre são positivas, fazem bem a saúde e colaboram com o desenvolvimento sustentável, visto que os praticantes da pesca esportiva, bushcraft, campismo e outras inúmeras atividades relacionadas colaboram com o meio ambiente onde as práticas acontecem com o intuito de preservar o lugar frequentado e quem sabe a ele retornar.