Birôs enfatizam ao governo necessidade de estimular crédito
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Entidade representativa do setor de birôs de crédito no país, a Associação Nacional dos Bureaus de Crédito (ANBC), que reúne as empresas Boa Vista, Quod, Serasa Experian, SPC Brasil e TransUnion, endereçou carta ao novo governo propondo diálogo sobre o crédito e sua relevância para o futuro do Brasil, a partir de um conjunto de medidas voltadas à retomada do crescimento. O documento enfatiza também a necessidade de persistência no estímulo ao crédito.
Na visão da associação, os birôs de crédito exercem importante função social, pois incentivam a transparência nas relações entre credor e tomador, estimulando, assim, as relações de crédito saudáveis, conscientes e sustentáveis.
O setor destaca a promoção do crédito sustentável como uma das medidas necessárias à retomada do crescimento, ao lado de outras, como o equilíbrio das contas públicas, simplificação da estrutura tributária e estímulo adequado à atividade empreendedora, a fim de atrair o investimento privado e consolidar a economia de mercado.
A ANBC avalia que o crédito ainda é subutilizado e é preciso avançar – de acordo com relatório do Banco Mundial, de 2020, o crédito doméstico ao setor privado brasileiro chegou a 70% do PIB, enquanto que, em igual período, foi de 216% do PIB nos Estados Unidos e mais de 124% no Chile. Segundo a métrica do Banco Central do Brasil, que considera o saldo de empréstimos e financiamentos feitos pelo Sistema Financeiro Nacional (SFN) a empresas e famílias, a relação crédito-PIB alcançou 55% em setembro de 2022.
“Esse número dobrou nas últimas duas décadas, o que reflete avanços institucionais no setor que tornaram o sistema financeiro mais sólido e eficiente. É possível ir além com a garantia de que o segmento possa operar com base em informações amplas, claras e precisas, capazes de assegurar que essa expansão se dê sobre bases sustentáveis”, afirma Elias Sfeir, presidente da ANBC.
A carta, que pode ser acessada na íntegra, destaca ainda o papel do crédito durante a pandemia, quando a liberação de linhas emergenciais de crédito público para MPEs, associada a iniciativas do setor privado, garantiram a continuidade dos negócios, empregos e consumo. E destaca a importância de inovações de alto impacto sobre o mercado, como o Cadastro Positivo, o Sandbox Regulatório, a autonomia do Banco Central, o Pix e o Open Banking, além de enfatizar a necessidade de combater quaisquer práticas lesivas ao crédito e que prejudiquem a transparência na relação entre credor e tomador de crédito.