Bastidores 23/06/22
O jornalista Rodrigo Costa comenta os principais fatos dos bastidores de Poços de Caldas.
INDIGNAÇÃO
Causou indignação o projeto de lei noticiado em primeira mão pela Coluna Bastidores que aumenta em 100% o número de cargos comissionados na Câmara Municipal de Poços de Caldas. Mais do que isso: estranheza no que diz respeito a aprovação do regime de urgência por 14 dos 15 parlamentares da casa. Nenhuma outra pauta caminhou de forma tão rápida quanto essa na atual legislatura. O que nos leva à um questionamento importante: o que, afinal, há por trás de tudo isso?
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RESPOSTAS
Ao longo do dia de ontem, uma apuração cuidadosa revelou um jogo de interesses visando as eleições de 2024 e que, obviamente, passam pelas eleições deste ano. Atualmente, cada parlamentar tem direito a um assessor em cargo comissionado. Esse profissional lida com questões internas e burocráticas. É o trabalho de gabinete de fato, inclusive o de atendimento à população. Não há tempo, portanto, para que esse profissional acompanhe o vereador em agendas externas. É aí que entra o interesse dos nobres fiscais do povo. Eles não querem desafogar o trabalho dos atuais assessores. O que eles desejam, de fato, é alguém para lidar com algo bem específico: suas redes sociais. Afinal, os likes precisam virar votos. Em especial, para quem pensa em buscar a reeleição dentro de dois anos.
CURTIDAS
O projeto de lei, encabeçado pelo vereador Marcelo Heitor (PSC), conseguiu unir oposição e situação, com direito a conversas de apoio à sua pré-candidatura a deputado estadual por parte de alguns parlamentares em caso de aprovação. Para impulsionar o marketing pessoal, nessas horas, vale tudo. Inclusive, ir contra a jurisprudência e tentar nomear mais cargos comissionados do que efetivos. Também vale ir contra o regimento da Casa e colocar um projeto de lei como esse em regime de urgência.
ERRATA
Ao contrário do que foi publicado ontem na Coluna Bastidores, o infame projeto de lei não prevê a contatação de um novo assessor de imprensa, de um novo assessor jurídico e de um novo assessor parlamentar. Menos mal.
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PORÉM…
A Câmara Municipal de Poços de Caldas mantém um assessor jurídico e um assessor técnico legislativo comissionados. O que é ilegal. Portanto, os atuais ocupantes destes cargos estão exercendo irregularmente suas funções. O que merece atenção urgente do Ministério Público.
CONCLUSÃO
Não adianta bradar reponsabilidade com o dinheiro público, não adianta gritar por transparência nos contratos da saúde, não adianta criticar o aumento do IPTU e ser a favor desse projeto de lei. A Casa do Povo não pode ser a Casa da Hipocrisia e dos interesses pessoais.