Bastidores 22/04/22
O jornalista Rodrigo Costa comenta os principais fatos dos bastidores de Poços de Caldas.
MULHERES E CRIANÇAS PRIMEIRO?
A Prefeitura de Poços de Caldas anunciou no início deste mês que com a queda dos casos de síndromes gripais em Poços, o prédio em que funcionava o Hospital de Campanha passaria a abrigar imediatamente o Centro Especializado de Atenção à Saúde da Mulher e da Criança. O assunto ganhou ainda mais destaque quando na semana passada, a secretária adjunta Rosilene Faria informou que o Centro passaria a receber também o projeto Materno Infantil que, também de acordo com ela, por falha de comunicação, não seria descentralizado para o PSFs como chegou a ser anunciado.
AFINAL, QUAL A FINALIDADE?
Essa semana, chamou a atenção uma série de relatos de mães e gestantes com a negativa de atendimento ao Materno Infantil no Centro Especializado de Atenção à Saúde da Mulher e da Criança, o que mais uma vez, voltou a ser motivo de questionamentos da vereadora Dra. Regina. Acrescento uma novidade apurada ao longo da semana a este tema e que merece atenção: pacientes da UPA, de qualquer sexo ou idade, têm sido transferidos para o antigo Hospital de Campanha. Fato que o Executivo não revelou que seria feito quando com pompa e circunstância anunciou a criação do tal Centro.
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VIDA DIFÍCIL
Defender o governo do prefeito Sérgio Azevedo (PSDB) tem sido tão difícil que tem vereador da base fazendo denúncia anônima ao Ministério Público no escândalo que envolve a médica Juliana Maranhão.
HACKER
A última reunião do Conselho Municipal teve um momento curioso quando Dalma Maria da Silva, secretária administrativa do CMS, solicitou desligamento do conselho em virtude de questões políticas e pressão que disse estar sofrendo. Contou ainda que seu computador foi desconfigurado e, prevendo que poderiam mexer no equipamento enquanto estava de férias, salvou em um pen-drive toda a documentação referente ao período em que trabalhou com a presidente anterior, Regina Alves. No dia seguinte, ela removeu todos as pessoas dos grupos de WhatsApp do CMS e apagou os mesmos. Dalma é servidora da Prefeitura.
OUTRO FACTOIDE?
Em uma analisada rápida no Plano Municipal de Turismo para 2022 e 2025, chama a atenção a proposta de alteração da Lei 3.432 das charretes. O documento diz que elas são ultrapassadas mas informa que de acordo com a concessão, não é possível se cassar um direito adquirido. Sugere, portanto, proibir a transferência de licença obtida pelo proprietário fazendo com que esse serviço ganhe um prazo de validade. A pergunta que fica é: o prefeito não havia dito que implantaria ainda esse ano as charretes elétricas? No plano, elas não constam.
LIMPANDO A BARRA
Na manhã de quarta-feira, 20, uma apresentação do projeto “Ativamente” da empresa “A Recreativa” contratado por inexigilibdade pelo valor de R$ 2 milhões, foi apresentado com mais detalhes para alguns professores da rede municipal. Rubens Mussolin, proprietário da empresa, se apresentou como diretor geral do projeto, educador, empresário, mestre e doutor em empreendedorismo e inovação. O ex-vereador Gustavo Bonafé, funcionário da empresa, se apresentou como especialista em desenvolvimento humano e como facilitador na criação de ambientes de aprendizado focados no desenvolvimento de competências, habilidades e atitudes há 12 anos.
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SEM PLANEJAMENTO
Algumas questões chamaram a atenção dos professores. Uma delas, o fato de que na agenda do mês de abril, não constava essa reunião, claramente marcada em cima da hora. Outras reuniões marcadas para a próxima semana foram canceladas para não confrontar com os treinamentos do projeto que serão aplicados pela dupla aos professores das escolas. O treinamento, anunciado na véspera de feriado prolongado, terá início na segunda-feira, em horário de contraturno, três vezes na semana para que as atividades já tenham início em maio. Tudo bastante rápido.
AUTOESTIMA
De acordo com Mussolin, a inexigibilidade aconteceu, pois, nenhuma empresa tem um projeto tão bom para concorrer. Procurei esse motivo no artigo 24 da Lei Federal 8.666 e, sinceramente, não encontrei.
DETALHE
Durante a apresentação também foi dito que o prefeito Sérgio Azevedo (PSDB) pretende transformar o “Ativamente” em projeto de lei para sua perpetuação junto à Secretaria Municipal de Educação. Com isso, o contrato seria renovado uma vez por ano, ao valor inicial de R$ 2 milhões. Será que ele já combinou isso com sua base na Câmara?
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QUESTÕES
Conforme pesquisa realizada, são muitos os programas similares no mercado. Qual a razão baseada em lei, afinal, para a inexigibilidade? Seria o momento de se implantar esse projeto com tantas deficiências básicas na educação da cidade, incluindo material e estrutura das escolas? E, principalmente, um detalhe: a rede municipal não conta com um sistema de ensino padronizado. Motivo pelo qual, inclusive, algumas escolas costumam ser mais procuradas do que outras. Não seria hora, enfim, de se investir na base educacional?
MATERIAL
Este jornalista recebeu na tarde de ontem os slides apresentados por Rubens Mussolin e Gustavo Bonafé. Detalhes e comentários serão apresentados nesta coluna ao longo dos próximos dias.