Bastidores 20/03/23

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O jornalista Rodrigo Costa comenta os principais fatos dos bastidores de Poços de Caldas e região.

O SÁBADO
Ao longo do sábado, 18, a questão da retirada dos trailers de lanche do entorno do Palace Hotel continuou a ser debatida nas redes sociais, nas ruas e nos comércios. Em sua edição de fim de semana, este espaço publicou um dos pontos de vista de parte da população. Como por exemplo, a presença de figuras político partidárias nos atos que defendem a permanência dos comerciantes no local – fato comprovado pelos veículos de comunicação que cobriram nos dois dias as manifestações com a publicação de fotos que, de fato, mostram mais políticos do que proprietários nas ações chamadas de “resistência”.

A RÉPLICA
Sobre esse assunto, duas pessoas envolvidas nas manifestações entraram em contato. “O que menos tem lá são figuras políticas. A maioria são comerciantes e filhos de comerciantes. A autonomia dos atos é dos comerciantes”, disse uma delas. “Não houve mandado de reintegração e não haverá. Nosso objetivo é de que os trailers fiquem livres para funcionarem”, completou.

A TRÉPLICA
“De quinta para sexta-feira, os comerciantes passaram a madrugada no local. Foram eles que alertaram os demais envolvidos de que a empreiteira havia chegado ao local para começar as obras”, disse em mensagem outra pessoa –  que também pede para não ser identificada. “Quem começou a organização dos atos foram os comerciantes. O que houve foi um pedido de ajuda a vereadores e partidos. A advogada dos donos dos trailers não tem qualquer ligação partidária”, frisou.

ADESÃO BAIXA
Uma manifestação foi anunciada para a tarde de sábado, 18. No horário marcado, às 15h, havia no local apenas quatro militantes do PCB (Partido Comunista Brasileiro), que não tem diretório ou comissão provisória na cidade, e o assessor do vereador Lucas Arruda (Rede). Um pouco mais tarde, o movimento conseguiu reunir aproximadamente 30 pessoas – com direito a um discurso do vereador Tiago Braz (Rede). Militantes do PT e do PCdoB também estavam presentes. Mais tarde, grupos se dividiram ecaminharam separadamente pelas ruas do centro da cidade distribuindo panfletos. Conforme apuração, a organização do ato partiu de um dos partidos presentes.

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PASSOU DO PONTO, SUBIU NA CALÇADA E ATROPELOU O PEDESTRE
É dessa forma que a atitude do vereador Diney Lenon (PT) na quinta-feira, 16, em discussão com  o prefeito Sérgio Azevedo (PSDB) na região dos trailers é vista tanto pela direita quanto por setores da esquerda menos radicais. A ausência do parlamentar no local no dia seguinte não foi à toa. O vídeo da discussão que circulou em grupos de WhatsApp fortaleceu ainda mais a imagem e o discurso do alcaide nos mais diversos segmentos da sociedade. “É a esquerda usando a truculência da direita que tanto critica”, comentou uma liderança.

OPINIÃO
Para o ex-prefeito Luiz Antônio Batista, o prefeito perdeu a oportunidade de regulamentar a pauta dos trailers em definitivo ao deixar de lado a criação de uma lei sobre o tema. “Os trailers vão acabar saindo dali e se instalando em outro espaço de forma irregular e desordenada. Logo a Praça D. Pedro II estará em situação pior. Há a necessidade de uma lei destacando os locais onde o funcionamento desses trailers seria permitido, o tipo de equipamento liberado e o número autorizado para cada um dos locais”, disse.

O DOMINGO
Outra polêmica na cidade tem sido o corte de árvores das avenidas João Pinheiro e Mansur Frahya – também conforme foi noticiado na semana passada por este espaço. Neste domingo, a Secretaria de Serviços Públicos continuou com a motosserra ligada. As cenas das árvores derrubadas são chocantes. Em primeira mão, a Coluna Bastidores teve acesso ao laudo de vistorias das árvores utilizados como embasamento para suas respectivas derrubadas. Ele é assinado pelo engenheiro florestal da Prefeitura, Carlos Alberto Penteado Batesini, datado de 17 de março de 2023 e pode ser lido ou baixado aqui.

DIA DE DESCANSO
Entre a sexta-feira e o sábado, houve a convocação para uma saída fotográfica da Praça da Vila Cruz com  o objetivo de fotografar as árvores cortadas. No horário marcado no domingo, porém, ninguém compareceu. A decepção fica por conta da Associação Poços Sustentável, que anda quieta demais em relação ao assunto.

TORTA DE CLIMÃO I
O clima no MDB local, que não é dos melhores, continua ladeira abaixo. Durante o domingo, a pauta sobre o corte de árvores gerou uma troca de mensagens em alta voltagem. A discussão começou após o compartilhamento de uma mensagem em que o prefeito foi acusado de ser o garoto propaganda de uma empresa do segmento de motosserras – que acabou gerando uma advertência por parte do presidente local da sigla, Fabio Junio. “Quero aproveitar e deixar bem claro em relação ao partido que quem não está satisfeito a porta da rua é serventia da casa. Se o MDB está ruim, tem mais partidos por aí”, disse em mensagem.

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TORTA DE CLIMÃO II
“Falou exatamente igual ao prefeito quando ele disse para o cidadão de Poços se mudar para outra cidade se não estiver satisfeito”, respondeu um dos filiados. “Você não sabe lidar com as críticas, Fabio. As críticas fazem parte do processo político-partidário e você demonstra total e irrestrita incapacidade de lidar com isso. Você achou que ser presidente do partido nessa comissão provisória seria apenas flores? Só sorriso e tapinha nas costas?”, completou. “Pense bem em ameaçar pessoas aqui. Ao querer chutar, você também pode ser chutado. Todos aqui tem contatos como você. Respeite o grupo. Nunca mais trate pessoas aqui como descartáveis. Nunca crie inimigos. Nunca haja como Deus. Somos um grupo e precisamos de união em torno de ideias e precisamos de liberdade e respeito para debater e colocar nossas opiniões”, finalizou.

HORA DO CAFÉ I
O empresário Silvio José Ferreira – também filiado ao MDB – ficou ofendido com a postura de Fabio Junio. “Gosto muito de você, te respeito e você está apelando. Do mesmo modo que você está me convidando para sair do partido, poderia me expulsar. Para expulsar você tem coragem? Quero que você tenha coragem e discernimento para um bom debate, sadio e sem apelar. Se quiser debater qualquer assunto estou à disposição, só não aceito e nunca aceitarei é o fisiologismo”, diz em uma das mensagens.

HORA DO CAFÉ II
Em outra mensagem, Ferreira se dirige também à Ulisses Borges – candidato a deputado federal pela sigla em 2022. “Fabio e Ulisses, vocês mantêm uma relação de paixão e ódio pelo Sérgio Azevedo. Coloquem uma coisa na cabeça: o Sérgio foi cria do MDB, por conveniência traiu o partido e se juntou ao PSDB pelas mãos do também ex-MDB Carlos Mosconi. Vocês têm um ranço gratuito do Silvio Véio (MDB), ambos, cada um com um motivo diferente. Esse ranço não é peculiar a dirigentes de partido. Vamos colocar a bola no chão e não se espelhar na arrogância do Sérgio”.

HORA DO CAFÉ III
Ferreira finaliza a discussão com outra mensagem: “Fábio, você não suporta o Silvio Veio em virtude de, desde o início, ele não ter aceitado vender seu voto para apoiá-lo em ocupar a Secretaria de Cultura e o Ulisses por atritos de campanha com o Silvio Véio e seus fiéis princípios”, finalizou o empresário.