Bastidores 17/10/22
O jornalista Rodrigo Costa comenta os principais fatos dos bastidores de Poços de Caldas e região.
O FLAVISMO
Tal como Sebastião Navarro e Carlos Mosconi (PSDB) – e guardadas as devidas proporções – o ex-vereador e vice-prefeito Flavio Faria (Rede) conseguiu ao longo dos anos estabelecer um grupo político fiel em Poços de Caldas. O resultado é fruto de um trabalho muito bem realizado e solidificado ao longo do tempo – que começou quando ele ainda estava no PT – e que se fortaleceu na sigla atual. Pelas mãos do ex-prefeito Luiz Antônio Batista, tornou-se o reserva na chapa encabeçada por Sérgio Azevedo (PSDB). Escolha, por sinal, que a grande maioria dos tucanos não conseguiu engolir na época.
ERROS…
Antes de chegar à Casa Amarela, Faria transferiu sua base para o atual vereador Lucas Arruda (Rede). Eleito, o futuro, enfim, parecia perfeito e cheio de possibilidades. Não contou, porém, com a falta de confiança do prefeito em sua pessoa. À frente da Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Trabalho (Sedet), também não conseguiu obter bons resultados. Na sua passagem pela pasta, inclusive, ocorreu a desistência da Estrella Galícia em se instalar em Poços de Caldas. Cada vez mais isolado, não teve coragem sequer de romper com a Administração Municipal nem mesmo quando decidiu se lançar candidato a prefeito em 2020. Durante a campanha eleitoral daquele ano, inclusive, enquanto debatia com o prefeito propostas para cidade, seus indicados permaneciam em cargos comissionados. Difícil de entender e compreender.
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E MAIS ERROS…
Ainda em 2020 e com a Rede sem conseguir atingir a cláusula de barreira, o grupo de Flavio Faria, através do deputado estadual Cássio Soares, assumiu o controle do PSD. Nas urnas o resultado foi ruim – ficando atrás, inclusive, da também candidata a prefeita Yula Merola (então no Cidadania). Com tantos reveses, saiu de cena. Mas as derrotas continuaram: menos de dois anos mais tarde, seu grupo acabou perdendo o controle do PSD para Celso Donato. Em 2022, federada com o PSOL, a Rede, graças a um resultado pífio nas urnas, perdeu o controle das decisões em Minas Gerais. A busca por um outro partido – até então uma possibilidade – passou, então, a ser uma certeza. Resta saber qual.
MÃO DE VELUDO
Quando os partidos progressistas falam em uma composição e união para 2024, a posição da Rede é sempre a mesma: a de que o assunto precisa ser discutido com seu grupo. Uma falácia. As decisões continuam a ser exclusivamente de Flavio Faria e de Lucas Arruda. Hoje, nem mesmo a própria esquerda acredita que uma união será possível. Enquanto PT e PSB enxergam as atitudes da dupla com desconfiança, graças ao histórico de relacionamento de suas lideranças no passado, os demais partidos não compram a ideia – em especial pelas articulações de 2020 quando Faria foi imposto como cabeça de chapa – mesmo quando todos, inclusive sua militância, sabiam que se tratava de uma atitude kamikaze. Afinal, no Flavismo, manda quem pode e obedece quem tem juízo.
MÃO E MÃOZINHA
Nada e nem ninguém fará com que Lucas Arruda não seja candidato a prefeito em 2024. É certo também que Flavio Faria tentará uma vaga na Câmara. A criatura precisará abrir espaço para o retorno do criador. Sem diálogo ou construção, apenas com imposição, a esquerda, mais uma vez, perderá a chance de chegar à Casa Amarela.