Bastidores 17/01/23

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O jornalista Rodrigo Costa comenta os principais fatos dos bastidores de Poços de Caldas e região.

O PERSONAGEM
Guilherme Augusto Carvalho tem 38 anos, é eletricista e mora em Caldas. Logo após o segundo turno, cujo resultado rendeu um terceiro mandato para Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ele decidiu se juntar aos demais apoiadores do ainda presidente Jair Bolsonaro (PL) em frente ao Tiro de Guerra de Poços de Caldas. Em novembro do ano passado ele esteve em Brasília para participar de uma série de protestos contra o resultado das eleições. Ao retornar, criou no Facebook a página Brasília Ao Vivo – cuja foto de perfil é uma bandeira do Brasil em preto e branco e sem a frase Ordem e Progresso.

CAÇADOR
Em pouco tempo, a página Brasília Ao Vivo cresceu e passou a contar com 31 mil seguidores. A cada vídeo ou live, Carvalho solicitava um PIX de qualquer valor para que pudesse continuar sua luta contra o comunismo. Tornou-se um PIX Hunter (termo que começa a ser utilizado para pessoas que do dia para a noite passam a produzir conteúdo para um determinado nicho com o intuito de obter lucro). Em meados de dezembro, porém, a página foi hackeada. Com isso, ele se viu obrigado a criar a Brasília Ao Vivo 2. Foi dessa página, inclusive, que Carvalho publicou vídeos e fez transmissões ao vivo com o grupo de Poços de Caldas – do qual ele fazia parte – e que participou dos atos golpistas na capital federal no dia 8 de janeiro.

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SITUAÇÃO
A página Brasília Ao Vivo permanece hackeada. Ao longo do dia e nas últimas semanas, fotos de mulheres nuas ou seminuas são publicadas com regularidade. Já a página Brasília Ao Vivo 2 teve vários vídeos apagados pelo próprio proprietário. No entanto, boa parte dos conteúdos publicados também foram retirados pelo próprio Facebook após serem identificados como fake news.

ONDE ESTÁ WALLY?
Como antecipado pelo site Coluna Bastidores, Guilherme Augusto Carvalho esteve em Brasília no dia 8 de janeiro, tendo participado dos atos golpistas. Apesar do sumiço momentâneo, já retornou para casa. Em áudio publicado em um dos seus grupos de WhatsApp, ele disse que teve que sumir e sair do radar para conseguir escapar do flagrante. “Acho que não estarei livre de investigação”, diz. “Tenho um contato que é investigador de polícia e que fez uma busca. Até o momento meu nome não está sob investigação”, completa.

QUEIME DEPOIS DE LER
Ainda no áudio, Carvalho diz que irá apagar o grupo e recomenda aos demais participantes que apaguem todas as mensagens trocadas até então com outros participantes. “Saiam desse grupo para que a polícia não chegue até vocês”, continua. “Vai dar problema até para quem participou de grupos de WhatsApp”, finaliza.

ATUALIZAÇÃO
Até a noite de ontem, 16, Poços de Caldas contava com seis moradores presos por participação nos atos golpistas do domingo, 8.