Bastidores 15/06/23
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O jornalista Rodrigo Costa comenta os principais fatos dos bastidores de Poços de Caldas e região.
O ENREDO
Nas últimas semanas, o site Coluna Bastidores tem atualizado os leitores a respeito da disputa pelo comando do Partido Liberal (PL) em Poços de Caldas. Novas apurações revelam alguns detalhes curiosos na possível troca de comando da sigla. A novidade, no entanto, é de que o documento para a composição da nova comissão provisória está parado em Brasília desde a última quarta-feira.
O PERSONAGEM PRINCIPAL
Como já abordado neste espaço anteriormente, o candidato a deputado federal mais votado em um determinado partido e em uma determinada cidade passa a ser chamado de “majoritário” – o que lhe dá poder de decisão sobre quem comandará a sigla naquele local. No caso de Poços de Caldas, o jovem Nikolas Ferreira (PL), como mais votado, poderia exercer esse papel. Internamente, no entanto, ele deu de ombros, justificando que seu objetivo é manter o controle do PL na região metropolitana de Belo Horizonte – seu domicílio eleitoral.
O COADJUVANTE
Com Nikolas Ferreira abrindo mão de interferir na disputa pelo controle do partido em Poços de Caldas, o prefeito Sergio Azevedo (PSDB) começou a articular a tomada do partido da ainda presidente Tereza Navarro (PL) para entregar ao atual grupo do PSC de Poços de Caldas – capitaneado pelo seu pupilo Marcelo Heitor (PSC). É aí que surge o nome do deputado estadual Antônio Carlos Arantes (PL), cuja base eleitoral é Jacuí, no Sul de Minas. A aproximação entre ambos contou com a participação na articulação do secretário municipal de Saúde, Thiago Mariano (PSD), até o momento, principal nome da situação para a sucessão.
ELENCO DE APOIO
Enquanto Sergio Azevedo, Marcelo Heitor e Thiago Mariano costuravam com Arantes, o deputado federal Emidinho Madeira (PL), o segundo federal do partido mais votado em Poços, tentou atravessar a disputa. A ideia seria de entregar o comando do partido na cidade para o médico Ricardo Manne, candidato a vereador em 2020 pelo PSC, mas hoje rompido com o grupo e com sede de vingança. A tentativa, no entanto, não vingou.
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O PLOT TWIST
O deputado estadual Antônio Carlos Arantes comprou a ideia. Autorizou a formação da nova comissão provisória do PL em Poços e encaminhou para a executiva estadual. O presidente do PL em Minas Gerais, José Santana de Vasconcellos, ao receber a documentação, teria ficado surpreso. Antes de publicar no sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) entrou em contato com Marcelo Heitor e pediu para que ele negociasse com Tereza Navarro o controle municipal da sigla.
O FINAL
Enfim, Heitor procurou por Tereza. Durante a conversa, admitiu que está prestes a assumir o PL municipal, que entregaria a presidência para seu mentor político Wanderlei Monteiro e que caso a fusão do PSC com o Podemos não vingue – lhe permitindo migrar para o PL – aguardará a próxima janela partidária para não correr o risco de perder o mandato de vereador. Ofereceu à atual presidente o controle do PL Mulher – o que deixou Tereza furiosa. Como contraproposta, ouviu da filha de Sebastião Navarro que ela estaria disposta a uma composição. Heitor indicaria três nomes para a nova comissão. Ela indicaria um nome, além de manter a presidência. A partir daí a conversa não progrediu e a comissão ainda não foi publicada.
SEGUNDA TEMPORADA
A disputa pelo PL ainda não acabou. Mas enquanto a oposição navega sem rumo, Sergio Azevedo mantém o foco. Se Thiago Mariano vingar na Saúde, será seu candidato. Se não vingar, já tem seu plano b: Marcelo Heitor, possivelmente, no maior partido da atualidade.