Bastidores 09/10/23

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O jornalista Rodrigo Costa comenta os principais fatos dos bastidores de Poços de Caldas e região.

O BAILE DA ILHA FISCAL
No memorável dia 9 de novembro de 1889, aconteceu o último momento de glória da monarquia brasileira: o ilustre baile da Ilha Fiscal. O que Dom Pedro II não imaginava é que poucos dias depois – apenas cinco para ser mais exato = ele seria destronado e a monarquia seria extinta do Brasil. O evento, por sua vez, teria sido uma tática de mostrar que a coroa brasileira estava firme e forte. Em suma, uma forma de tentar provar que tudo estava caminhando bem na realeza. No sábado, 7, e com o mesmo propósito, o prefeito Sergio Azevedo (PSDB) liderou seu próprio baile da Ilha Fiscal. O palco foi o bar e restaurante Capiau II no Bortolan.

CLIMA TENSO
Se no discurso, Azevedo dizia frases como “não deixe que o ego estrague a sucessão” ou que “Poços precisa seguir em frente”, nos bastidores o clima era diferente. Ao menos dois secretários, antes mesmo do evento começar, rosnaram o tempo todo um para o outro: Celso Donato e Thiago Mariano. O segundo ficou apagado e optou por permanecer ao lado da esposa e do filho durante o encontro. O primeiro, por sua vez, aproveitou o vácuo para demarcar território e se posicionar como uma das lideranças do encontro.

OS DESCONFIADOS
Quem passou rapidamente pelo evento, acenou e deixou o local foi o presidente da Câmara, Douglas Souza (União Brasil). Ele apareceu acompanhado da assessora regional do deputado estadual Rodrigo Lopes (União Brasil), Diva Funchal. Thiago Cavelagna, o presidente municipal da sigla, parecia incomodado e deslocado. Já o secretário de Comunicação, Antônio Donizeti Albino (União Brasil), aos mais próximos, reclamava que o evento teria sido mais bem organizado em seu pesqueiro. Tido por muitos como carta fora do baralho para 2024, o vice-prefeito Júlio Cesar de Freitas (União Brasil) confidenciava a pessoas mais próxima que “por raiva não abrirá mão de ser o candidato do prefeito para a sucessão”.

OS PARTIDOS
Durante os discursos, o prefeito Sergio Azevedo convidou os representantes do PSDB, PSD, Progressistas, PL, União Brasil – além do Avante – para se juntar a ele. O ex-secretário de saúde, Carlos Mosconi (PSDB), que deixou a pasta em meio a uma CPI, mais uma vez, tal como o sonho de uma noite de verão, lançou o alcaide para o governo de Minas Gerais em 2026. Dos presentes, quem estava na frente aplaudiu. A galera do fundão deu de ombros.

NOVO MESMO?
Entre os presentes do partido Novo estava o vereador Kleber Silva e o jovem André Vilas Boas – que, dizem, dessa vez, não cheirou o pescoço de ninguém – tal como fez recentemente no encontro do chamado “Ranchinho”.

ANÁLISE
Algumas pessoas presentes no encontro e ouvidas pela Coluna Bastidores afirmam que o evento tem mais chances de ter causado uma desunião do que uma união. Há sinais claros de que passou do tempo do prefeito entender que parte do grupo não aceitará uma decisão autoritária do nome que representará o grupo nas eleições do ano que vem. Para essas mesmas pessoas também está claro de que não há um nome que empolgue ou que seja capaz de unir a todos.

TÚNEL DO TEMPO
No baile da Ilha Fiscal de 1889, uma das famosas lendas é a de que Dom Pedro II chegou a tropeçar em um tapete do salão logo no início da festividade. Surpreendido, teria comentado: “O imperador tropeça, mas a monarquia não cai”. Não sabemos ao certo se o prefeito Sergio Azevedo tropeçou. Mas pelas suas costas, tal como no passado, há muita gente tramando e torcendo para que ele caia. A conferir.