Bastidores 05/10/22
O jornalista Rodrigo Costa comenta os principais fatos dos bastidores de Poços de Caldas e região.
TODOS DERROTADOS
Diferentemente das eleições municipais de 2020, quando o PSDB sob o comando do prefeito Sérgio Azevedo passou com um trator por cima de todos os concorrentes – com direito a marcha ré – dessa vez foi um trator desgovernado que passou por cima de todos. Sem exceções. Situação e oposição foram engolidos por um buraco negro. Em âmbito estadual e nacional, Poços de Caldas encontra-se historicamente em seu pior momento político. Hoje, fica claro que não há uma única figura capaz de chamar a atenção da população. A cidade vive em um buraco negro.
SITUAÇÃO
Também diferentemente de 2018, o prefeito Sérgio Azevedo não obteve sucesso na transferência de votos para Celso Donato (PSD). Obviamente, os cerca de 13 mil votos conquistados na cidade pelo seu pupilo têm o seu carimbo. Porém, após seis anos à frente da administração municipal, o alcaide também transferiu parte de sua rejeição e do seu desgaste. O apelo da situação para que os eleitores votassem em candidatos da terra também não surtiu efeito. Faltou pouco, inclusive, para que o fenômeno da extrema direita Nikolas Ferreira (PL) angariasse o maior número de votos na cidade.
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O VIZINHO
O ex-prefeito de Caldas, Ulisses Guimarães Borges (MDB), viu seu capital político diminuir quase que pela metade. Em Poços de Caldas foi pior. Se em 2018 para deputado estadual conseguiu conquistar mais de 20 mil votos na cidade, quando foi o mais votado, desta vez viu seu número de eleitores cair para 8 mil. Sua base política também derreteu em Caldas. Em todas as eleições que disputou no município, ele nunca obteve menos do que cinco mil votos. Agora, no entanto, sofreu para atingir três mil. O caminho em Caldas, ao que tudo indica, começa a se abrir para a oposição depois de muitos anos.
POR FALAR NISSO…
O pai de Ulisses, Elias Borges, candidato a deputado federal em São Paulo pelo PTB, obteve 79 votos.
ESQUERDA
Diney Lenon (PT) embora tenha obtido 8.015 votos, repete a performance de 2018 da então candidata a deputada federal Ciça (PT) que naquele ano obteve 7.810 votos – um claro sinal de que, independentemente do candidato, o partido de Lula ainda conta com essa média de eleitores fiéis. Já Ciça, sem apoio da sigla em âmbito municipal, viu seu número de eleitores também diminuir. Yula Merola (Avante), surpresa em 2020 na disputa para prefeita, não conseguiu repetir a boa performance. No entanto, permanecerá no partido, continuará a atuar politicamente, mas já decidiu que abrirá mão da disputa majoritária para 2024.
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BARREIRA
Candidato a prefeito em 2020, o professor João Alexandre também não obteve êxito em sua articulação política. O candidato a deputado federal Rafael Cândido obteve 89 votos na cidade e 191 no total. Com o fundo eleitoral recebido de R$ 200 mil, foi o candidato com o voto mais caro na cidade. Candidato a deputado estadual, o sindicalista Ademir Angelini também não foi bem e obteve 317 votos no total. Para piorar, o Solidariedade não atingiu a nova cláusula de barreira e tende a desaparecer aos poucos do cenário político. O PTB de Valdir Miguel, o PSC do presidente da Câmara, Marcelo Heitor, e o Novo de André Vilas Boas também não obtiveram êxito e passarão a ter problemas. Vilas Boas, por sinal, já sinaliza que deve deixar a sigla.
APOIO
O presidente do Diretório do PSDB em Poços de Caldas, Nilton Gomes Junqueira, assinou carta ontem, 4, em que manifesta que o partido na cidade irá apoiar o presidente Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno. Na carta, Nilton diz que o partido levou em conta “o momento tão importante por qual passamos, com o futuro político e administrativo do Brasil sendo disputado por candidatos a presidente com visões e ideologias diferentes sobre como dirigir o país”.
MAIS MULHERES NA POLÍTICA
Nesta quarta-feira, 5, às 15h, a Câmara Municipal realiza uma audiência pública com o tema “Mais Mulheres na Política”. O encontro foi proposto pela vereadora Regina Cioffi (PP). Ela ressaltou que o país terá políticas públicas robustas para as mulheres quando, de forma igualitária, elas participarem das decisões políticas.