Bastidores 05/04/23

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O jornalista Rodrigo Costa comenta os principais fatos dos bastidores de Poços de Caldas e região.

REPERCUSSÃO
A entrevista do prefeito Sergio Azevedo (PSDB) para o podcast “A Janela” na segunda-feira, 3, continuou a repercutir ontem, 4. Há quase um consenso de que esta talvez não tenha sido uma das suas melhores performances em frente às câmeras. De qualquer forma, alguns pontos merecem ser observados. Em especial, no que diz respeito aos apresentadores Marcelo Cagnani e Ciro Peres que conduziram a entrevista de forma bastante elegante, inteligente e profissional. Tenho certeza, aliás, que este foi um dos motivos da alta repercussão. Passaram credibilidade.

DERRAPADAS
Nas quase duas horas e meia de duração seria anormal se Azevedo não derrapasse. O problema é que dessa vez ele derrapou um pouco além do normal. Cometeu um deslize ao não saber detalhes sobre a licitação recém realizada para a manutenção da estrutura do Monotrilho, admitiu que ainda não há nenhuma certeza em relação a termos na cidade um posto de emissão de passaportes – embora tenha anunciado durante a eleição do ano passado como fato consumado – e acabou por levantar uma grande polêmica envolvendo a “Sinfonia das Águas”.

AFIRMAÇÃO
“Era um equipamento caro. Nós não tínhamos dinheiro para fazer. Ficava devendo, não pagava. Ou eu fazia apenas a Sinfonia das Águas e parava a Secretaria de Cultura inteira ou eu parava com a Sinfonia das Águas e mantinha e Secretaria de Cultura com mais de 300 ou 400 artistas trabalhando”, disse o prefeito durante a entrevista. Ainda de acordo com ele, para se manter, o custo do projeto girava em torno de R$ 1,5 milhão a R$ 2 milhões por ano para a Prefeitura.

RÉPLICA
Não demorou para que o assunto começasse a ferver na classe artística. Na página da “Sinfonia das Águas” no Facebook, um post informa que “o projeto era mantido através de projetos de leis de incentivo durante toda sua execução sem jamais depender de qualquer receita oriunda da Prefeitura ou da Secretaria Municipal de Cultura”. Ainda de acordo com a publicação, os dados são de acesso público e estão disponíveis no Portal da Transparência.

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DESAFIO
Já o Maestro Agenor Ribeiro Netto, em mensagem enviada pelo WhatsApp, disse que desde a gestão anterior à do atual prefeito, a “Sinfonia das Águas” foi realizada integralmente através da Lei Rouanet, sem nenhum custo para a Administração Municipal, com exceção da montagem do palco. “Desafio publicamente o prefeito Sérgio Azevedo a provar o contrário. Se não provar, vamos acioná-lo juridicamente sobre as mentiras que disse pois elas comprometem não só o meu nome como o da Orquestra Sinfônica de Poços de Caldas”, diz o texto.

COMENTÁRIO
Não deixa de ser curioso que um prefeito que costuma processar adversários por calúnia e difamação agora seja acusado de praticar o mesmo. Fica, portanto, o desafio do maestro.