Bastidores 01/04/22

O jornalista Rodrigo Costa comenta os principais fatos dos bastidores de Poços, Minas e do país.

SEM DIREÇÃO DE ARTE
No evento que mais uma vez promete tirar do papel o Hospital do Câncer, boa parte das figuras que se reuniram em 2014 para inaugurar a pedra fundamental que nunca se transformou em nada, se reuniram novamente em período pré-eleitoral para uso político do tema. O pré-candidato a deputado federal Celso Donato, em seu discurso, cometeu ao menos duas gafes. Disse que graças ao atual superintendente da Santa Casa, Ricardo Sá, finalmente conseguiu recuperar a credibilidade do hospital. Esqueceu que Marcos Carvalho Dias e a Dra. Regina Cioffi, ex-administradores, estavam presentes.

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SEM VERNIZ
Em outro momento, Donato disse que Poços de Caldas está há oito anos sem representatividade em Brasília e Belo Horizonte. Ignorou o trabalho do deputado estadual Mauro Tramonte com quem articula uma dobradinha.

FLASHBACK
Durante o evento, ficou evidente uma observação que já fiz neste espaço e que repito novamente: Celso Donato tem o carisma de uma ligação de telemarketing. Às 6h da manhã. De um domingo. Chuvoso. Cuja ligação era engano.

VELÓRIO DE CORPO PRESENTE
Por falar nisso, ontem à noite nas dependências do Hotel Nacional, a Trump Tower sulfurosa, e não pela semelhança arquitetônica, rolou uma reunião com os filiados do PSDB. Em pauta, a filiação de Donato ao PSD, que será neste sábado, 2. Quem esteve presente garante que o encontro foi o velório de corpo presente do partido em Poços de Caldas. Boatos de que o prato principal da noite foi macarrão ao alho e ódio.

EXPLICAÇÕES 1
Essa semana, em suas redes sociais, o secretário municipal de Saúde, Carlos Mosconi, teve que dar a cara a tapa e fazer um comunicado oficial. A postagem em questão diz respeito às denúncias do Conselho Municipal de Saúde, tornadas públicas nesta coluna. Disse que todas elas serão “cuidadosamente” examinadas. Tenta jogar para plateia ao elogiar os profissionais de saúde. Defende a médica Juliana Maranhão que, segundo ele, nunca negou qualquer atendimento. Como médico, parece desconhecer a Resolução CFM nº 2077/2014, que estabelece que “para as consultas aos pacientes com e sem potencial de gravidade, utiliza-se como referência desejável o máximo de três pacientes por hora/médico”. A carga horária da servidora em questão já seria um bom motivo para chamar a sua atenção. Em todos os sentidos.

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EXPLICAÇÕES 2
Na mesma postagem, Mosconi critica a imediata repercussão nas redes sociais com grande estardalhaço, inclusive com a citação de profissionais sem nenhuma comprovação. Se contradiz ao dar nome aos bois no parágrafo seguinte. O secretário, enfim, parece não ser muito fã do princípio da transparência pública. Muito menos da cobrança por parte da imprensa e da sociedade. Parece viver no tempo dos coronéis, onde iniciou sua trajetória política combatendo. Esquece que o mundo mudou. Que o acesso à informação democratizou nossa gente e que o cala boca já morreu.