Autocuidado e ingredientes naturais sintéticos são tendências em cosméticos
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No ano passado, a in-cosmetics Latin America, evento dedicado a matérias-primas para a indústria de beleza e cuidados pessoais, apresentou inovações e levantou debates de assuntos importantes de comportamento e consumo no setor. Entre as tendências de mercado apontadas para 2023, o autocuidado além da estética e formulações compostas por itens naturais sintéticos estarão no centro do mercado de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumaria (HPPC).
“Há uma grande preocupação e esforço em um entendimento sobre como ingredientes e produtos podem interagir com o sistema biológico humano e fornecer benefícios. Tenderão a ganhar espaço produtos cosméticos para diferentes etapas da vida, como a menopausa, por exemplo, e componentes e matérias-primas que exploram a beleza emocional, que envolve impacto no humor, redução de estresse e ansiedade”, informa Cléber Barros, consultor técnico da in-cosmetics Latin America.
Desta forma, os produtos cosméticos estão deixando de ter apenas uma utilidade como, por exemplo, hidratar, limpar e minimizar problemas estéticos. Estão impactando a vida do consumidor de forma mais abrangente e por novas vias.
Em meio a esse cenário, o consultor também acrescenta que a busca por soluções mais limpas, tanto por empresas quanto consumidores, também seguirá em alta, principalmente nas rotinas de skin care. “Há demanda por ingredientes naturais de todos os tipos, desde aqueles responsáveis pelas estruturas dos produtos, dando corpo às formulações, caso dos espessantes e emulsionantes, como também ingredientes ativos direcionados especificamente para prevenção ou cuidado de problemas estéticos da pele”, complementa.
Este movimento de mercado tende a ampliar a utilização de ingredientes naturais sintéticos nas formulações. “A biologia sintética é uma realidade e está sendo explorada cada vez mais, inclusive no Brasil. O mercado nacional está ávido para colher os benefícios desse novo cenário que possibilita atender à demanda de produtos naturais, de forma sustentável e competitiva”, afirma Barros.
Segundo o especialista, vale destacar que todas essas projeções de mercado passam pela ampliação dos canais de relacionamento com os consumidores, que também seguirão como diferencial das empresas em 2023.
O assunto também foi um dos destaques da in-cosmetics Latim América e mostra que as marcas têm buscado estar cada vez mais conectadas aos clientes, identificando não apenas a necessidade de cada tipo de pele ou cabelo, por exemplo, mas também conhecendo a rotina e estilo de vida para desenvolver e oferecer soluções direcionadas e que tragam maiores benefícios, o que proporciona novos desafios para o mercado de matérias-primas e fórmulas de HPPC.
“Só é possível criar conexão quando se é relevante, e só se torna relevante quem conhece e toca em anseios e vontades dos consumidores. Não se trata de apenas oferecer ingredientes para o mercado, mas, sim, fornecer para empresas e formuladores o resultado de um trabalho imenso com foco em ser relevante para o consumidor”, finaliza Barros.
Pesquisa reforça tendências
Para conhecer um pouco mais sobre os rumos da indústria de acordo com as necessidades dos consumidores, a Mintel, empresa global de pesquisa de mercado, também anunciou em novembro de 2022, três tendências que vão impactar a indústria global de beleza e cuidados pessoais com implicações nos próximos cinco anos.
A primeira delas, a “Evolved Self-Care” aborda como o autocuidado irá evoluir ainda mais em todas as fases da vida, considerando que a manutenção da beleza é edificante e deve ser divertida. Nesse movimento, pautas como o bem-estar sexual e a jornada hormonal ganham espaço, à medida que se tornam mais aceitos no debate social, reforçando novas possibilidades de conexão entre pessoas, produtos e marcas.
Outra tendência para os próximos anos, a “Beauty Rx” destaca como as marcas de beleza e cuidados pessoais encontram a oportunidade de criar valor por meio de fórmulas com ingredientes naturais sintéticos. Já a terceira, “New Rules of Engagement”, reforça a necessidade de as marcas adotarem meios disruptivos para a experimentação de produtos e interação com os consumidores de beleza e aponta para a importância de se criar novas regras de engajamento e construção de comunidades, permitindo mais diversão, experimentação e Do it Yourself (DIY).