Aumento de startups no Brasil atrai soluções de prevenção à lavagem de dinheiro


O Brasil vem apresentando um rápido aumento das startups – empresas ainda em início de atividade, com projetos inovadores e grande potencial de crescimento.

Apoiados em tecnologia, são negócios que já nascem dinâmicos, adaptados à velocidade das inovações, prontos para testar novas ideias, errar, retomar ideias antigas, repensar, reformular, até chegar a um resultado que seja tão bom a ponto de atrair grandes investimentos, gerar muitos empregos e se destacar no mercado nacional e global.

Estudo elaborado pela Startup Genome mostra que a América Latina foi a região que mais cresceu no mundo em termos de financiamento de risco em 2021 – tendo triplicado em um ano. Fintechs, transporte e logística, e e-commerce são responsáveis por grande parte desse crescimento, mas ainda se pode destacar empresas que atuam no mercado imobiliário, educação, games e tecnologia voltada para o agronegócio.

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São Paulo continua sendo a região que concentra a maior parte das startups (2.770) e lidera o ranking latino-americano, seguido por Cidade do México, Buenos Aires, Santiago do Chile e Rio de Janeiro. Mas há outros polos brasileiros de inovação com atividade significativa, como Curitiba, Porto Alegre e Belo Horizonte.

Ainda segundo o estudo, os cinco principais ecossistemas globais permanecem basicamente os mesmos de anos anteriores:  Vale do Silício, Nova York, Londres, Boston e Pequim. Os critérios do ranqueamento têm como base atuação, financiamento, alcance de mercado, talento/expertise, conectividade e conhecimento. No ranking geral, São Paulo é a única cidade da América Latina no Top 30, ocupando o 28º lugar. Responsável por 1/3 de todo o PIB do Brasil e com uma economia correspondente à da Bélgica, a capital paulista foi escolhida por 63% das empresas internacionais que fazem negócios no país.

Com quase 1.300 Fintechs instaladas no Brasil, Guilherme Terrengui – head de novos negócios da Sumsub, plataforma de verificação tudo-em-um com sede em Londres – chama atenção para o fato de que um dos desdobramentos do aumento de startups de operações financeiras é que o país também tem atraído empresas internacionais com soluções para verificação de identidade (eIDV) e prevenção à lavagem de dinheiro (PLD). “O sistema financeiro brasileiro é notadamente sofisticado e bem regulamentado.

Apesar de toda complexidade, atrai cada vez mais iniciativas de contas digitais, crédito direto, crédito educacional, crédito rural, cartões corporativos, cartões de crédito, consórcios, PIX e um sem-fim de operações financeiras que facilitam a vida de pessoas e empresas. Diante da relevância e do volume de operações, se torna imperativo saber ‘quem é o cliente’ – seja ele pessoa física ou jurídica. Da mesma forma, é importante prosseguir com um cadastro seguro e ainda assim rápido”.

Terrengui afirma que, através da plataforma de verificação tudo-em-um, que faz uso de inteligência artificial, é possível checar milhares de documentos rapidamente. São mais de 6.500 tipos de documentos internacionais, tornando possível tomar medidas importantes para impedir operações financeiras ilícitas: verificar determinadas movimentações financeiras; checar se o cartão de crédito pertence ao usuário declarado, evitando estornos; promover monitoramento diário em listas de vigilância, a fim de saber se os clientes continuam legais perante a lei e a órgãos internacionais; realizar prova de vida através de tecnologia in-house;  fazer uso de geolocalização através de triangulação de torres de celular, GPS e wi-fi; garantir que documentos jurídicos não tenham sido fraudados e que estejam sem restrições para operar; além de checagem dos sócios, acionistas e proprietários, entre outros.

“A sonegação fiscal é uma ilicitude que está na mira do Governo, levando à criação da ANR/2021 e de algumas outras medidas que incluem o Coaf. Além disso, a falta de conformidade pode impedir que negócios escalem internacionalmente, seja uma startup, seja uma empresa tradicional. Como a Sumsub está se estabelecendo no Brasil, a empresa segue a mesma regra tomada nos outros 220 países e territórios em que está presente, se alinhando com a legislação e a documentação local. Nesse sentido, a Sumsub acaba de lançar um guia atualizado sobre os regulamentos de prevenção de lavagem de dinheiro no Brasil, que pode ser acessado por qualquer pessoa ou empresa”, diz o executivo.