Diferenças entre arquiteto, decorador e designer de interiores

As arquitetas Carolina Galhardo e Lizia Santucci explicam qual a diferença entre arquiteto, decorador e designer de interiores e qual a aplicação de cada um em um projeto.

Acabei de construir um imóvel ou comprei um edifício já finalizado e chegou a hora de decidir alguns detalhes, como cores, móveis, possíveis modificações na configuração interna, detalhes de fachada… Quem devo contratar? Arquiteto, designer de interiores ou decorador?

São muito comuns as dúvidas acerca desse assunto, então decidimos falar um pouco sobre cada profissão, pois conhecer melhor suas diferenças e qualificações irá te ajudar a contratar o profissional adequado para que atenderá adequadamente às suas necessidades.

Ao decorador cabe a decisão acerca de mobiliário, cores, acessórios, enfim, itens que não interferem nem modifiquem o espaço edificado, já que esse profissional não possui qualificação nem conhecimento suficiente sobre construção. Sua formação é feita através de cursos de curta duração ou são autodidatas, por isso suas atribuições são mais restritas que as outras duas profissões.

Já o designer de interiores desenvolve projetos mais específicos, elaborando espaços coerentes com seu uso, respeitando fluxos, normas de ergonomia, acústica, térmica e luminotécnica. Através da releitura do espaço, um novo layout se origina com ampliações de alguns cômodos, redução de outros, e uma reconstrução é feita a partir das necessidades do cliente. Porém, seu trabalho se restringe à ambientes internos, consistindo portanto em um complemento do trabalho do arquiteto.

Por fim, temos a profissão do arquiteto, sobre a qual temos conversado bastante por aqui. Ela se difere das supracitadas em sua formação, que aborda temas como história da arte, da arquitetura, representação gráfica, resistência de matérias, conforto ambiental, paisagismos, etc, atribuindo a esse profissional conhecimento necessário para a criação, modificação e execução de espaços construídos.

O arquiteto possui conhecimento para interferir no espaço em suas diversas escalas, seja ele um cômodo ou um projeto de abrangência urbana. Além disso, sua profissão é regulamentada por um conselho de classe, o CAU, permitindo que ele execute e se responsabilize legalmente por sua obra.

Sabendo então que cada profissão possui especificidades, percebemos que elas são complementares, participando cada qual no momento que lhe convém no desenvolvimento do projeto.Dessa forma o profissional contratado atenderá exatamente as suas demandas, evitando equívocos no decorrer do processo.

* Carolina Galhardo e Lizia Santucci são arquitetas e urbanistas do Escritório Oca Arquitetura. Emails: carolinagalhardo@gmail.com; ls_arquitetura@hotmail.com