Arie Halpern: a internet 5G vai mudar vidas?
A internet móvel em padrão de velocidade 5G tem potencial para elevar uma métrica central para a transmissão de dados: a latência.
O tempo para a transmissão de um pacote determinado de dados varia de 60 a 98 milissegundos com o atual 4G. Em 5G, o trabalho poderá ser concluído, dependendo das condições, em até menos de 1 milissegundo.
O ganho de velocidade na transmissão de dados – que pode ser de até 100 vezes – já está ao alcance dos habitantes de algumas cidades brasileiras. No cronograma traçado para a expansão dessa nova rede, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) postergou de 31 de julho para o dia 29 de setembro de 2022 o prazo para a disponibilidade do 5G em todas as capitais do país.
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A expansão para todo o país, que está programada para dezembro de 2029, também depende de aprimoramentos de infraestrutura de telecomunicações e da garantia de disponibilidade de energia elétrica suficiente para alimentar os novos sistemas.
Estima-se que a elevação no consumo de energia pela nova rede poderá ser de até 3,5 vezes. Além disso, com maior velocidade e estabilidade das conexões, novos negócios e tecnologias disruptivas surgirão por meios digitais, o que significa uma maior demanda por energia, ao passo que será cada vez mais natural que empresas contem com seus próprios data centers.
Mas o que se está perdendo ou deixando de ganhar com eventual atraso na expansão do 5G?
Existem vantagens e possibilidades das tecnologias de Internet das coisas (IoT).
Apesar da crise internacional na cadeia produtiva de chips e semicondutores, decorrente da pandemia de Covid-19, cada vez mais todo e qualquer produto – entre bens duráveis e de consumo – tem tecnologia embarcada para se comunicar com aplicativos e realizar as tarefas de modo mais inteligente.
Carros autômatos, rastreamento de frotas de veículos, automação industrial, monitoramento de segurança, casas inteligentes etc… São projetados ganhos coletivos com o filão de tecnologias dedicadas às cidades inteligentes (smart cities), com o uso de sistemas que poderão oferecer melhor coordenação de modais de transporte, sinalização inteligente e coleta de informações relevantes para uma melhor administração das cidades.
O 5G, aliado à análise de dados e internet das coisas (IoT), também promete novas maneiras de personalizar os exames de diagnóstico clínico, reduzindo visitas hospitalares e custos médicos.
Atualmente, graças ao 5G, especialmente nos Estados Unidos e na Europa, o mercado de Testes no ponto de atendimento (Point-of-care testing – POCT) está dando passos significativos nas técnicas de monitoramento de glicose e insulina no sangue de pacientes diabéticos, elevando a qualidade de vida dessas pessoas a patamares inimagináveis.
É esse tipo de evolução da qualidade de vida – e muito mais – que está em jogo. Não se pode imaginar que maior velocidade de transmissão de dados e melhor qualidade de conexão são luxo ou meros detalhes.