Árbitro assassinado teria cometido abuso sexual, aponta Polícia Civil

Inquérito policial estava correndo em sigilo devido à motivação do crime

Com a prisão na quarta-feira, 9, de um dos suspeitos de envolvimento no homicídio do árbitro de futebol Antônio José da Silva, o Zuza, 62, em Poços de Caldas, a Polícia Civil de Minas Gerais concluiu a investigação sobre o crime, cometido em julho deste ano.

Agora, dois investigados pela morte da vítima estão presos preventivamente. Em decorrência das apurações, além da autoria, é possível indicar o que motivou a execução.

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De acordo com o delegado Cleyson Brene, responsável pelo inquérito policial, até então, as informações sobre a motivação do crime estavam em sigilo.

“Isso porque nos chamou a atenção o fato de, na frente do muro da casa da vítima, estar a inscrição ‘Jack’, que é uma gíria de presídio para indicar estuprador. Nós começamos, então, a verticalizar a investigação nesse sentido”, explica.

Abuso sexual
Brene informa que os dois suspeitos presos mencionaram em depoimento que o motivo do homicídio seria em retaliação a suposto abuso sexual por parte da vítima contra o familiar de um dos investigados.

“Essa informação foi confirmada tanto pela esposa do preso [detido em setembro] quanto pela criança, que também foi ouvida na delegacia, confirmando essa versão”, conta.

Segundo o delegado, na casa do árbitro foram apreendidos cadernos com escritos de crianças, e, até o momento, não foram identificadas eventuais outras vítimas. Brene completa que o homem de 62 anos também não tinha passagens por crimes sexuais.

“Motivo pelo qual também foi resguardado o sigilo”, observa Brene ao justificar que as informações foram resguardadas até a apuração completa.

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Indiciamento
O homicídio ocorreu no bairro Jardim Kennedy II, na Zona Sul de Poços de Caldas. A vítima foi encontrada morta na garagem de sua residência, no dia 13 de julho, e o corpo apresentava um corte no pescoço.

No decorrer das investigações, a PCMG identificou três suspeitos de participação no crime. O delegado pontua que, a princípio, foi levantado que a morte da vítima poderia se tratar de latrocínio, pois a carteira e o aparelho celular do árbitro foram levados do local.

Com o avançar do trabalho investigativo, Cleyson Brene esclarece que os indiciamentos serão distintos.

“Nós vamos indiciá-los por homicídio qualificado e também em concurso com o crime de furto, porque nas oitivas nós percebemos – o próprio autor nos confessou – que a subtração da carteira e do celular foi apenas circunstancial. Como ele mesmo menciona nas declarações, fez isso para desbaratinar a atuação policial, para acreditar que seria uma motivação patrimonial”, conta.

Os dois investigados presos, ambos de 29 anos, estão reclusos no sistema prisional em virtude de mandado de prisão preventiva.

O terceiro, segundo o delegado, está foragido desde a data dos fatos. O inquérito policial será finalizado e remetido à Justiça com o indiciamento dos três suspeitos do crime.