Ordem do Dia 04/09/23

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Na coluna Ordem do Dia, o historiador, advogado e cientista político Marco Antônio Andere Teixeira faz uma breve análise sobre fatos do dia. 

Em razão de sua absolvição na Justiça, Aécio Neves ensaia um renascimento. Em entrevista concedida ao Estadão, anunciou uma possível candidatura ao governo de Minas.

Antes disso, foi formalmente reabilitado pelo presidente do PSDB, Eduardo Leite. Pelo que se sabe, Aécio foi efetivamente absolvido, no mérito da Ação, ao contrário de Lula e Dilma, por exemplo, que se beneficiaram de anulações de ordem processual.

Qual seja: no mérito, onde houve múltiplas condenações para ambos, assim permanecem: condenados. Em uma das ações, que Aécio compartilhou com Temer, a perícia da Polícia Federal apontou gravações fajutas, com mais de 90 pontos de edição.

Isso feito pelas mãos de Joesley Batista, com a participação do ex-procurador Rodrigo Janot, ambos marginais confessos.

Entretanto, politicamente Aécio permanece em desgraça, talvez por ser “experto” demais. O próprio Tancredo dizia, adágio continuamente lembrado pelo saudoso Sebastião Navarro, que “a esperteza quando é muito grande, se agiganta e engole o próprio esperto”.

O homem trocou um telefonema estúpido com Joesley Batista, se meteu com “malas” de dinheiro mal explicadas e teve membros da família presos. Inclusive sua irmã, Andrea Neves, fotografada na prisão, usando um uniforme de presidiária.

As relações de Aécio com o PT sempre foram perigosas. Se meteu em campanhas, onde se via alianças com Lula e Dilma, sob os epítetos “Lulécio” e “Dilmasia”.

Aliou-se com Fernando Pimentel, na eleição de Márcio Lacerda, para a prefeitura de BH. Acabou fragorosamente derrotado pelo PT, em seu próprio território.

Foi devorado pela esperteza que julgava possuir, levando o PSDB próximo da destruição. Especialmente quando do malfadado telefonema, pedindo dinheiro, para “pagar advogados”.

Agora procura ressuscitar politicamente, tal como Lázaro, beneficiado por um milagre bíblico. Resta saber se Jesus participará.

Mas há um alento: Winston Churchill dizia que “político é o único animal que ressuscita”. Há diversos exemplos disso, inclusive em território nacional. Nesse caso, o eleitorado será chamado a decidir.

* Marco Antônio Andere Teixeira é historiador, advogado, cientista político (UFMG), pós-graduado em Controle Externo (TCEMG/PUC-MG) e Direito Administrativo (UFMG) e Ciência Política. E-mail: marcoandere.priusgestao@gmail.com