Ordem do Dia 25/07/23

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Na coluna Ordem do Dia, o historiador, advogado e cientista político Marco Antônio Andere Teixeira faz uma breve análise sobre fatos do dia. 

O caso Marielle suscitou inúmeras dúvidas e comentários, os mais diversos, mundo afora. Ocorreu há mais de cinco anos.

Mas há cinco meses, em fevereiro deste ano, uma significativa mudança na Polícia Federal reordenou sua investigação. E então fez-se a luz: os detalhes vieram à tona e o imbróglio estaria a caminho de sua completa elucidação.

A pergunta seria a seguinte: o que teria ocorrido nesses cinco meses, que não foi feito em cinco anos? A natureza dos personagens envolvidos, na trama, talvez possa explicar algo.

Ex policiais, ex bombeiros militares, milicianos e talvez políticos, atuantes no Rio de Janeiro, estariam entre os assassinos. O que nos enseja uma constatação óbvia: as fronteiras entre as supostas forças defensoras da legalidade, e os criminosos, foram rompidas.

Isso tem ocorrido há muito tempo no Rio, um Estado que observou a prisão de quatro de seus ex-governadores, e o impeachment de outro, no passado recente.

Em alguma medida, haveria uma certa correspondência entre investigadores e investigados, não interessando o esclarecimento desse assassinato.

Se esse caso expressa uma condição estrutural daquele Estado, onde lei e crime se confundem, a tendência é piorar.
Outras Marielles virão.

* Marco Antônio Andere Teixeira é historiador, advogado, cientista político (UFMG), pós-graduado em Controle Externo (TCEMG/PUC-MG) e Direito Administrativo (UFMG). E-mail: marcoandere.priusgestao@gmail.com