Perspectivas do mercado de trabalho inserem o avanço da transformação digital
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A Brazil-Florida Business Council, Inc. (BFBC), organização sem fins lucrativos voltada à promoção de negócios internacionais, deu início na última terça-feira (16), a uma série de webinars sobre o impacto da Inteligência Artificial nos mais diversos setores econômicos.
O evento, que contou com a participação da presidente fundadora da BFBC, Sueli Bonaparte; e do presidente do comitê de inovação do conselho empresarial da organização, Fernando Cariello, reuniu renomados CEOs, fundadores de HRTechs e grandes executivos de RH para debaterem sobre os desafios e mudanças do comportamento corporativo com o avanço da tecnologia e da IA.
Durante o webinar “IA e o futuro do trabalho: RH na era da transformação digital”, mediado por Cariello; o CEO e fundador da Ahgora, Lázaro Malta, pontuou as principais oportunidades, benefícios e armadilhas que a IA pode causar nas áreas de RH.
De acordo com Lázaro, a Inteligência Artificial já vem impactando de forma positiva as operações de e-commerce, com a escolha dos colaboradores e aumento na velocidade no preparo e entrega dos pedidos. No entanto, em um momento de inflação mundial, é preciso planejamento para tornar as operações eficientes e rentáveis, bem como preparar e conhecer de forma ampla os colaboradores da equipe.
“Os trabalhadores têm que estar preparados para a mudança, antes mesmo de pensar naqueles que buscaremos dentro de um mercado que não existe ainda. Precisamos analisar cada perfil de colaborador, de time, e verificar como podemos acelerar a evolução deles, e esse é o momento ideal para que a Inteligência Artificial possa nos auxiliar”.
Para os participantes, esse processo de IA aumentada, usando recursos disponíveis para mais informações de seus colaboradores e melhoria da capacitação deles para utilização de mão de obra no trabalho, reflete um importante cuidado. Segundo Patricia Barboza, sócia-fundadora da CGM Advogados, é preciso se atentar ao compartilhamento e proteção dos dados. “Acabamos tendo que voltar muito para as questões do que precisamos, quando pensamos no tratamento, finalidade e transparência dos dados. Se tratarmos de forma lúcida essa relação com os resultados obtidos, conseguimos neutralizar o risco legal dessa responsabilidade de forma eficiente.”
Ressaltando o discurso, Erica Castelo, CEO e fundadora da The Soul Factor, diz que a IA ainda passa por um processo de transição global de democratização que veio para facilitar o acesso à informação. Porém, de acordo com ela, o cuidado com a seleção dos profissionais por meio da Inteligência Artificial é ainda maior, pois muitos perfis de desenvolvedores podem estar, por exemplo, “camuflados” com um Chat GPT.
Endossando o debate, Nina Hirota, diretora sênior de Aprendizagem e Gestão de Talentos Empresariais da Jabil, enfatizou que as empresas ainda estão ajustando seus processos para essa nova realidade. “As empresas estão focadas em seus negócios, e suas práticas estão tendo que se transformar em uma velocidade exponencial.”
Finalizando o webinar, Lucas Mendes, cofundador da Revelo, explicou que, na visão dele, a Inteligência Artificial é capaz de ensinar, pois tem um potencial educativo, mas não executa aquilo que é necessário ser feito por uma pessoa. “A IA, por exemplo, ajuda a acelerar a produtividade e a formação de um trabalhador nível júnior, fazendo com que ganhe skills de um perfil sênior antes de um processo natural.”