Bastidores 18/04/23
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O jornalista Rodrigo Costa comenta os principais fatos dos bastidores de Poços de Caldas e região.
PÉ NA ESTRADA
São José do Rio Pardo (SP) está localizada a 1h10 de Poços de Caldas. Foi por lá que, ao regressar de Canudos para construir uma ponte, Euclides da Cunha começou a escrever “Os Sertões” – obra que publicou em 1902 e que rapidamente o consagraria. Forte culturalmente, desde 2006 a cidade conta com um o Polo do Conservatório de Tatuí (SP) – o único fora de sua cidade de origem. Uma parceria com a Prefeitura determina que o Conservatório supra o Polo com instrumentos e que pague salários e demais encargos aos professores da unidade. Ao poder público cabe oferecer e manter o prédio, responsabilizando-se integralmente por sua limpeza e manutenção, além de prover condições adequadas de trabalho e funcionamento.
FUNCIONÁRIO DO MÊS
O site do Conservatório Musical de Tatuí informa que Juliano Marques Barreto é coordenador da unidade – onde também atua como professor de trompete, música de câmara e prática de conjunto. Na unidade de Tatuí, também é coordenador de sopros e metais. O Portal da Transparência revela que por lá seu salário bruto é de R$ 8.427,07. O mesmo site informa que ele é professor e diretor do Conservatório Musical de Poços de Caldas, regente da Banda Sinfônica de Poços de Caldas, professor do Theatro Municipal de Andradas e desde 2013, professor adjunto no Festival Música nas Montanhas. Ufa!
TUDO ISSO PODE EXPLICAR…
…o motivo pelo qual Barreto não consegue cumprir as 44 horas semanais no Conservatório de Poços de Caldas – onde também de acordo com o Portal da Transparência revela proventos que totalizam aproximadamente R$ 5.200 por mês já com o adicional para a direção. “Ele mal cumpre seis horas semanais, que dirá 44 horas”, diz um dos professores que teme em dizer qualquer coisa a seu respeito. “Na nossa área, é humanamente impossível que alguém com tantas funções como ele consiga cumprir os horários e exercê-las corretamente”, revela um músico consultado pelo site Coluna Bastidores.
CONFIDÊNCIAS
“Eu sou amigo do prefeito. Nos reunimos sempre na minha casa para tomarmos uma cervejinha” e “eu sou cargo comissionado e não preciso cumprir horas” são algumas das colocações ditas por Juliano Marques Barreto, ouvidas e confirmadas por professores, funcionários e pais do Conservatório Musical Antônio Ferrucio Viviani.
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SPOILER
Ainda há mais problemas envolvendo o local – inclusive educacionais e pedagógicos. Uma fonte na Secretaria Municipal de Educação diz que a secretária Maria Helena Braga tem ciência dos problemas e das reclamações. Aos mais próximos, porém, afirma que no que diz respeito a este assunto, está de mãos atadas.
DÓ RÉ MI
Na semana passada, a Prefeitura comunicou que o Conservatório Musical Antônio Ferrucio Viviani iniciaria ontem, 17, o recadastramento dos candidatos que já possuem inscrição na instituição e que aguardam por uma vaga na fila de espera. Durante o período de recadastramento, novos cadastros para a fila de espera estarão suspensos. Novas inscrições serão realizadas somente a partir do mês de agosto. Nas redes sociais, cada site de notícias que publicou a informação gerou uma série de comentários negativos a respeito da gestão do local.
QUAL É A NOTA?
Importante ressaltar que o Conservatório conta com bons professores. No entanto, as críticas a respeito do trabalho do diretor Juliano Marques Barreto são muitas. Uma das mães procuradas, por exemplo, disse ter tentado, por inúmeras vezes, marcar um horário para conversar com Barreto. “Às vezes ele aparece aqui pela manhã. Caso queira mesmo falar com ele, tenta contato pelo WhatsApp”, disse uma funcionária. A mãe então disse que já havia tentado contato por telefone e através de mensagens, mas que nunca houve uma resposta. “Continua passando por aqui. Tente vir na segunda-feira pela manhã. Muitas vezes ele aparece por aqui nesse período”, respondeu a servidora.
AMIGO DO CHEFE
Relatos também dão conta de que há um problema de gestão no local. Às terças-feiras, por exemplo, o local fica congestionado. Às segundas e sextas, quase não há alunos. Durante à noite, não se vê ninguém. A falta de gestão atinge também o trabalho dos professores. “Está muito difícil trabalhar ali. Mas eu fico na minha. Afinal, ele diz que é um grande amigo do prefeito e não quero sofrer retaliação”, disse um deles.