Codemig avalia em 15 dias a colocação de Poços no Voe Minas

Estatal mineira recebeu estudo de viabilidade encomendado pela ACIA

Quase uma década e meia sem a efetiva oferta de voo comercial, principalmente para Belo Horizonte, Poços de Caldas poderá contar novamente com este serviço, através do projeto Voe Minas, do governo estadual, através da Codemig, que desde o ano passado vem aplicando o projeto nos municípios do interior do Estado que apresentaram uma demanda para que a atividade fosse implantada.

A reivindicação foi feita ontem, em reunião acontecida na Associação Comercial, Industrial e Agropecuária (ACIA) quando estudo elaborado pela PUC/Poços, em parceria com a ACIA, foi apresentado para a gerente de promoção comercial da Codemig, Edineia Arcanjo Hosken.

Durante a reunião, que contou com a presença do prefeito Sérgio Azevedo (PSDB), demais autoridades, empresários e comerciantes, foi detalhado o funcionamento do projeto que está na terceira etapa e que já tinha Poços em seus estudos para uma futura inclusão.

O QUE É
Lançado no primeiro semestre do ano passado, o Voe Minas visa promover o desenvolvimento econômico regionalizado, proporcionando voos comerciais do interior do Estado para a capital e vice-versa, com a redução das distâncias e assim alavancando os negócios regionais e o turismo, com a utilização da aeronave Cessna C208 Caravan, com capacidade para 9 passageiros.

Pelo estudo apresentado, a Codemig fará uma análise da viabilidade de se começar os voos no município, sendo que a Codemig subsidia 4 lugares. O restante fica por conta da ACIA, juntamente com os órgãos públicos e outras entidades de classe, para garantir uma demanda de cinco passageiros para os dias e horários que forem definidos para Poços, quando o serviço for implantado.

EXPECTATIVA
Para o presidente da ACIA, Marcio Roberto de Oliveira, a expectativa é que no máximo dentro de 15 dias a Codemig já tenha um posicionamento para a implantação do projeto, já que da parte do meio empresarial existe um grande interesse para a retomada dos voos para a capital. “A Codemig se colocou à disposição de Poços. A única coisa que temos que fazer agora é apresentar uma demanda”, disse. A ACIA, juntamente com a Prefeitura, vai fazer um levantamento sobre esta demanda e sobre os dias e melhor horário de voo.

Para o presidente do Sindicato dos Hotéis, Waldir Miguel (PTB), a retomada do voo para Belo Horizonte “já é uma realidade”, uma vez que o interesse é do governo de Minas, pois mesmo com a passagem de ida e volta tenha um preço em média de R$ 700, o serviço é viável. Ele aposta nos voos para atrair o turista da capital, o mesmo que deixa de vir a Poços por causa da distância.

CRÍTICA
O vereador Paulo Tadeu (PT), havia feito, no ano passado, moção de apelo ao governo estadual, para que Poços fosse incluída no Voe Minas. Ele parabenizou a iniciativa da ACIA, ao mesmo tempo em que criticou a forma como foi feita a pesquisa pela Codemig no primeiro estudo, deixando Poços de fora do projeto.

“Não se faz pesquisa de demanda de voo, de demanda de transporte aéreo na rua. A pesquisa deveria ter sido dirigida a universidades, aos institutos de tecnologia, aos órgão públicos, às entidades de classe, é aí que você vai encontrar a demanda e não na rua. Eu entendo que houve um equívoco até por ignorar o fato que em 2004 Poços de Caldas tinha voo comercial com embarque e desembarque com demanda de 16 passageiros”, observou.

MAIS INVESTIMENTOS
Para o vice-prefeito e também secretário de Desenvolvimento Econômico e Trabalho, Flávio Faria (Rede), a volta dos voos comerciais vai impactar diretamente na vinda de novos investimentos para o município, uma vez que Poços de Caldas, oferecendo voos para a capital do Estado, vai atrair interesse de empresários dispostos a trazer indústrias para o município.