Bastidores 03/03/23
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O jornalista Rodrigo Costa comenta os principais fatos dos bastidores de Poços de Caldas e região.
PRESO
Ao longo dos últimos dias, Alexandre Carmo (PSC) passou a circular tranquilamente pelas ruas de Poços de Caldas mesmo com um mandado de prisão expedido contra si durante a sexta fase da Operação Lesa Pátria por envolvimento nos atos golpistas em Brasília no dia 8 de janeiro. Não localizado pela Polícia Federal quando membros da corporação estiveram em sua residência – onde apreenderam um aparelho eletrônico e dois passaportes – desapareceu por alguns dias até que tivesse coragem de dar as caras novamente.
UNIÃO
Carmo foi preso ontem, 2, no centro de Poços de Caldas – aproximadamente 15 dias após a expedição do mandado. Antes, porém, conseguiu a proeza de unir a direita e a esquerda. Ambos queriam que ele se entregasse. Por diferentes motivos, claro. O primeiro grupo defendia a tese de que ele devia cumprir a ordem da Polícia Federal e provar sua inocência. O segundo, sem muito mistério, para que ele possa pagar por ter participado de toda a confusão em Brasília.
A OPERAÇÃO
Mas, afinal, por que a demora na sua prisão? Simples. A Polícia Militar estava com dificuldades em ter acesso ao mandado expedido contra ele. Na noite de quarta-feira, 1º, policiais à paisana já monitoravam seus passos. Sabiam que ele havia transitado tranquilamente pelas ruas do Centro durante a tarde – inclusive batendo ponto no café onde foi preso hoje e que à noite estava no bairro da Cascatinha. Também já tinham a informação de que ele havia voltado a residir em seu imóvel na Avenida Santo Antônio.
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TIC TAC
Os policiais tinham como objetivo efetuar a sua prisão já na noite de quarta-feira. O que impediu foi o fato de só terem tido acesso ao mandado após às 20h – período em que até às 6h do dia seguinte apenas podem ser realizadas apenas prisões em flagrante.
RONALDINHO GAÚCHO
A prisão de Alexandre Carmo transcorreu de forma tranquila – mas com uma curiosidade sensacional. Quem acompanhou toda a ação policial foi o empresário Waldir Miguel que casualmente passava no local. “O que ele queria, estava dando sopa andando por aí”, disse o hoteleiro a uma pessoa que o abordou enquanto o então foragido era conduzido à viatura policial. Um rolê aleatório no melhor estilo do jogador Ronaldinho Gaúcho.
BATE PAPO
Logo após os atos do dia 8 de janeiro, este jornalista foi procurado por Alexandre Carmo também no Centro de Poços de Caldas. Disse que estava sendo vítima de fake news e que de fato esteve em Brasília nos atos do dia 8 – porém para atuar como correspondente internacional. Conforme a conversa progrediu, admitiu que estava no lugar errado e na hora errada e já sabia que a foto que publicou na Capital Federal poderia lhe trazer problemas. Do que contou, o que mais chamou a atenção foi uma de suas falas sobre a fama que a exposição lhe trouxe. “Passei a receber diversas cantadas e elogios de mulheres nas redes sociais”, disse.
FIGURA PITORESCA
Se Alexandre Carmo queria ficar famoso, enfim, conseguiu. Sua foto no dia em que foi realizada a sexta fase da Operação Lesa Pátria circulou em veículos de grande alcance no país, como o Jornal Nacional da Rede Globo. Resta saber se o fato lhe dará mais votos do que os 33 obtidos em 2020 na eleição para vereador em Poços de Caldas.