Produção de medicamentos depende de importação de insumos farmacêuticos ativos
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Em 2019, o Brasil importava cerca de 90% de todo o insumo farmacêutico utilizado na produção de vacinas e de medicamentos no país, conforme o portal CNN Brasil. Já em 2022, esse número subiu para 95%, consoante o portal Folha de S.Paulo.
Segundo o portal do Senado, aproximadamente 95% desses insumos são trazidos da Índia e da China, tornando o Brasil dependente da importação asiática para produzir seus medicamentos e vacinas.
Outros países também estão nessa mesma situação. Os Estados Unidos anunciaram que pretendem fabricar cerca de 180 moléculas consideradas estratégicas para terem soberania na produção dos insumos. Junto a isso, há interesse em firmar parceria com o Brasil.
Conforme o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Insumos Farmacêuticos (Abiquifi), na década de 1980, o Brasil era responsável por produzir cerca de 50% dos insumos farmacêuticos utilizados internamente.
“Na era Collor, houve a abertura de mercado e ficou muito difícil concorrer com os IFAs que eram importados, com os preços, às vezes a tecnologia, e aí essa indústria de insumos no Brasil foi reduzindo drasticamente. Faltou um desenho de uma estratégia para definirmos melhor quais seriam os insumos que nós deveríamos manter a produção aqui no Brasil e que são importantes para a saúde pública, por exemplo. Vamos ter que repensar esse processo a partir de agora”, ressalta.
O presidente da associação salienta a falta de medidas para manter o incentivo à pesquisa e o desenvolvimento de insumos. Quase 30% dos medicamentos usados no Brasil são importados. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), veiculados na CNN Brasil, em 2019, o Brasil precisou importar 26,8% de todos os medicamentos utilizados no país. Nesse sentido, conforme a Secretaria de Comércio Exterior, os principais países dos quais o Brasil é parceiro na importação de medicamentos são a Alemanha, EUA, China e Bélgica.
Dentre esses medicamentos, estão aqueles usados para o tratamento de câncer. Por isso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proferiu decisão que autoriza a importação de radiofármacos ainda que não tenham registro definitivo no Brasil, de acordo com informações do portal Radioagência Nacional.
O diretor-presidente da Anvisa afirma que não é de responsabilidade da agência fazer o controle dos medicamentos fabricados, mas, sim, cuidar da regulação de todos os produtos farmacêuticos usados no Brasil.
Para essa liberação de importação dos radiofármacos ao tratamento de câncer, a agência analisou procedimentos e critérios excepcionais e temporários. Segundo o diretor, a Anvisa recomenda que as políticas brasileiras de fabricação de medicamentos sejam revisadas, relativamente aos medicamentos pelos quais não há interesse de produção da iniciativa privada.