Empresa fornece dicas para a passagem dos fios e cabos elétricos nos eletrodutos
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Para o funcionamento correto da instalação elétrica, não bastam apenas o dimensionamento correto de cada circuito e a utilização dos melhores materiais.
A precisa aplicação de cada produto elétrico é fundamental para garantir o perfeito desempenho da instalação elétrica, assim como sua qualidade, segurança e durabilidade.
Entre as tarefas mais importantes na hora da execução do projeto elétrico está a passagem dos fios e cabos elétricos nos eletrodutos.
De acordo com a IFC/COBRECOM, a etapa é simples. Porém, requer alguns cuidados por parte do eletricista, já que algumas dúvidas podem aparecer com relação ao assunto.
Entre elas estão: qual o melhor procedimento para fazer essa etapa ou em que momento da obra ou da reforma esse serviço deve ser efetuado?
Qual o momento certo de realizar a etapa?
Segundo o engenheiro eletricista Hilton Moreno, que também é consultor técnico da IFC/COBRECOM, sob o ponto de vista técnico, a passagem dos condutores pelos eletrodutos pode ser realizada em qualquer etapa da obra, desde que, evidentemente, os eletrodutos e seus acessórios tenham sido colocados nos seus lugares definitivos, sejam eles embutidos em lajes, paredes, fixados aparentes ou enterrados.
“Porém, o que acontece, na prática, é que os condutores acabam sendo colocados no final da obra para tentar evitar que sejam roubados. A ideia é que, quanto menos tempo os fios e cabos elétricos ficam disponíveis no canteiro de obra antes da instalação, menor será a chance de serem roubados”, comenta.
Já o instrutor técnico da IFC/COBRECOM, Paulo Sandrini Pozetti, recomenda que a realização da passagem dos condutores elétricos seja realizada antes das etapas de acabamento do imóvel, para evitar sujeiras em paredes pintadas, por exemplo.
Dicas para a correta passagem de fios e cabos elétricos
Nesta fase, é importante garantir que os eletrodutos e caixas fiquem vedados contra a penetração de água e ter certeza de que não houve entupimento da tubulação com cimento ou outros materiais utilizados na obra.
“Essas precauções garantem que a colocação dos fios e cabos elétricos dentro dos eletrodutos seja mais fácil e segura”, afirma Moreno.
Outro ponto importante é que a NBR 5410, fixa a quantidade máxima de condutores dentro de um eletroduto, sendo que essa a taxa de ocupação é dada pelo quociente entre a soma das áreas dos condutores previstos, calculadas com base no diâmetro externo do cabo, e a área útil interna do eletroduto.
“Considerando uma situação bem comum em que são instalados no eletroduto pelo menos três cabos (fase, neutro e proteção ou fase, fase e proteção), a norma estabelece que é preciso deixar 60% do espaço livre para que os condutores possam ser acomodados adequadamente, sem que sejam danificados no interior do eletroduto.”, ressalta Moreno.
O consultor técnico da IFC/COBRECOM ainda lembra que o excesso de curvas dos eletrodutos pode dificultar a passagem de fios e cabos elétricos.
“Os trechos contínuos sem curvas não devem exceder 15 m, sendo que, acima desse comprimento, devem ser instaladas as caixas de passagem. Além disso, se os trechos incluírem curvas é preciso reduzir 3 m para cada curva de 90º, sendo que são permitidas, no máximo, três curvas consecutivas sem a instalação da caixa de passagem”, explica Hilton Moreno.
Paulo Sandrini Pozetti esclarece que escolher corretamente os condutores que serão instalados e realizar o correto dimensionamento da instalação elétrica e seus componentes também são fundamentais, pois permitirá que os eletrodutos tenham a ‘folga’ necessária para a passagem de fios e cabos.
Produtos que podem ser usados para facilitar a tarefa
Um produto bastante útil para o puxamento de fios e cabos elétricos é o Passa Fio, que é feito de plástico e possui uma ponta de metal flexível, que desliza facilmente pela tubulação elétrica que está embutida nas paredes, tetos e no piso.
Além disso, o produto geralmente é encontrado nas versões 10, 15 e 20 metros.
A NBR 5410 estabelece que, para facilitar a enfiação dos condutores nos eletrodutos, podem ser utilizados guias de puxamento, e/ou talco, parafina ou outros lubrificantes que não prejudiquem a isolação dos condutores.
“Existem no mercado nacional, vários lubrificantes de diferentes marcas e ótima qualidade que são claramente identificados para o uso específico no puxamento de condutores elétricos. O profissional responsável pelo serviço deve adquirir somente os produtos indicados para essa finalidade, pois o uso de lubrificantes destinados a outras finalidades pode danificar a isolação e as outras partes não metálicas do cabo”, esclarece Moreno.
Segundo o instrutor técnico da IFC/COBRECOM, nunca devem ser utilizados detergentes que são corrosivos tanto para os fios e cabos como para os eletrodutos, nem óleos lubrificantes, pois contém abrasivos.
“Também não podem ser usados produtos como a graxa por ser inflamável, nem o grafite, pois além de sujar as paredes, são materiais condutores e podem auxiliar as correntes de fuga”, indica Pozetti.
O que nunca pode ser feito?
Os condutores podem ser seriamente danificados se forem instalados de forma inadequada, tanto na sua parte metálica (condutor de cobre) quanto nas partes não metálicas (isolação e cobertura).
“Tais danos podem levar à falha do cabo imediatamente ou no futuro, o que pode colocar a instalação elétrica, as pessoas e o patrimônio em perigo. Pode haver quebra total ou parcial dos fios elementares que compõem o cabo flexível, interrompendo o funcionamento do circuito ou reduzindo a capacidade de condução de corrente do cabo. Além disso, pode haver sobrecarga no condutor, que aumenta a temperatura e, sob certas condições desfavoráveis, essa situação pode evoluir para um curto-circuito e princípio de incêndio”, alerta Hilton Moreno.
Segundo o consultor técnico da IFC/COBRECOM, nos casos mais leves, os danos aos materiais do cabo causados por má instalação em eletrodutos resultará na redução da vida útil dos condutores, com troca mais precoce da fiação, além de aumento na conta de energia elétrica por causa da fuga de corrente.