Bastidores 22/11/22
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O jornalista Rodrigo Costa comenta os principais fatos dos bastidores de Poços de Caldas e região.
DIVÓRCIO
A relação entre Sérgio Azevedo (PSDB) e o secretário municipal de Cultura, Gustavo Dutra, azedou de vez entre o primeiro e o segundo turno das eleições deste ano. Ao se posicionar a favor do atual presidente Jair Bolsonaro (PL), o prefeito esperava pelo apoio de membros do secretariado – e, caso não houvesse declaração de apoio, que ao menos a neutralidade fosse adotada por parte de sua equipe. Dutra permaneceu bem quieto no primeiro turno, declarando apoio unicamente ao então candidato a deputado federal Celso Donato (PSD). Ou seja, cumpriu seu papel. Ao menos até aí.
O INÍCIO DO FIM
Às vésperas do segundo turno, enquanto o alcaide gravava um vídeo na Praça Pedro Sanches declarando apoio à reeleição de Bolsonaro e promovia ações em verde e amarelo, Dutra publicava em suas redes sociais stories ao som de “Tá na hora do Jair Já Ir Embora”, hit dos artistas Tiago Doidão e Juliano Maderada, que embalou os diversos atos organizados por grupos de oposição. O prefeito não gostou. Mais do que isso. Após a vitória do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), decidiu se afastar do secretário. Fontes de dentro do Executivo revelam que ele passou a se comunicar com Dutra utilizando os secretários da Fazenda e de Turismo como garotos de recados.
PORTO SEGURO
O que ainda segura Gustavo Dutra na Secretaria Municipal de Cultura é o fato dele ser extremamente próximo do secretário de Estado de Cultura e Turismo, Leônidas Oliveira. O prefeito quer aguardar os movimentos do governador Romeu Zema (Novo) em sua reforma administrativa para o segundo mandato e, enfim, rebaixar Dutra para o cargo de diretor de Cultura no município.
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CENTRALIZADOR
Um outro fator que também dificulta a substituição de Dutra na Secretaria é fato de que, ao longo do tempo em que esteve à frente da pasta, ter centralizado uma série de tarefas e trâmites burocráticos. Com isso, todos os mecanismos passaram a depender do seu aval. Apenas ele tem autonomia para tomar qualquer decisão – até mesmo nas decisões banais do dia a dia. Agentes culturais, no entanto, revelam que essa atitude de Dutra já era uma característica sua antes de se tornar secretário com o objetivo, claro, de um dia chegar ao posto.
A SUBTITUTA
Caso se confirme a decisão do prefeito de rebaixar Gustavo Dutra para o cargo de diretor de Cultura, o martelo já está batido. Marina Andrade (União Brasil), arquiteta e produtora cultural assumirá a pasta. Uma forma de agradar, inclusive, a cúpula do partido do vice-prefeito que teve de ceder a Secretaria de Serviços Públicos para Celso Donato. Marina, atualmente, ocupa cargo comissionado no Museu Histórico e Geográfico.