Bastidores 10/11/22

O jornalista Rodrigo Costa comenta os principais fatos dos bastidores de Poços de Caldas e região.

A LISTA
Durante o segundo turno das eleições presidenciais, os ânimos se exaltaram nas redes sociais. Sem a disputa para os cargos de deputado federal e estadual, senador e governador, o foco passou a ser a escolha entre Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Prova da temperatura subindo, foi uma lista compartilhada nas redes sociais com o nome de estabelecimentos cujos proprietários supostamente apoiariam o candidato petista. A Coluna Bastidores teve acesso à denúncia encaminhada ao Ministério Público que, a partir de agora, investigará o caso.

A MENSAGEM E O VÍDEO
De acordo com as informações que estão sendo apreciadas pelo MP, a primeira pessoa a ter compartilhado a lista em um grupo de WhatsApp foi um conhecido empresário da cidade – já identificado. Junto com a lista, ele teria encaminhado o vídeo de um encontro realizado no dia 14 de outubro, em um bar na Cascatinha, onde eleitores de Lula faziam uma confraternização. De acordo com o empresário, a gravação comprovaria que tais empresários seriam eleitores de Lula.

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FACEBOOK
Rapidamente, a lista passou do WhatsApp para o Facebook. Ao menos cinco perfis que também fizeram o compartilhamento estão sendo investigados. Antes, porém, a mesma relação, dessa vez com os nomes dos comerciantes e suas respectivas lojas, já havia sido disparada pelo WhatsApp por um outro empresário da cidade – igualmente identificado. Provas reunidas revelam que no dia 19 de outubro, pessoas com a lista em mãos visitaram alguns destes estabelecimentos. Falando alto, pediam que os consumidores evitassem que os locais fossem frequentados.

BARES E RESTAURANTES I
Com exclusividade, a Coluna Bastidores teve acesso a prints do grupo de WhatsApp da Associação de Bares e Restaurantes de Poços de Caldas (ABRE). Um dos membros da entidade – e consequentemente empresário do ramo na cidade – publicou um pedido para que comerciantes petistas colocassem uma estrela na porta do estabelecimento para que fosse possível identificá-los. Caso semelhante foi identificado na cidade de Casca (RS). Após a publicação da mensagem, teve início um grande debate entre os participantes do grupo.

BARES E RESTAURANTES II
“Eu também aceito petistas, mas as meninas lá já sabem que tem que ficar de olho no caixa e nos celulares”, disse uma empresária se referindo aos seus clientes que possam ter votado em Lula. “É impressionante, mas é muita pachorra alguém apoiar um bandido. É como se fosse apoiar um Marcola da vida se ele se candidatasse à presidência”, disse um comerciante do Centro. “Eu aceito pagamento de puta, gigolô, traficante, bicheiro. Por que não aceitaria de ladrão?”, completou o mesmo empresário, que prefere rotular o seu cliente petista de desonesto. Falas preconceituosas contra pobres também se destacaram na conversa. “Maioria do povo pobre, você quer dizer (que votou no Lula). Lugar que gera riqueza e renda o molusco não ganhou”, disse outro comerciante. Importante ressaltar que, ao longo dos diálogos, outros empresários se mostram preocupados com o rumo da conversa.

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COM A PALAVARA, A PRESIDENTE
Em conversa por telefone com a presidente da ABRE, Gina Carneiro, ela disse ter ciência do ocorrido e afirmou ter bloqueado o envio e mensagens no grupo quando os ânimos ficaram exaltados – algo que, segundo ela, tem acontecido com frequência nos últimos dias. Ela também disse ser normal esse tipo de discussão acalorada em virtude do momento político que o país vive.

COMENDA
Após publicação ontem, 9, na Coluna Bastidores de que o nome do maestro Agenor Ribeiro Netto havia sido retirado da lista de homenageados com a Comenda Dom Pedro II, a informação que chega é de que ele continua na lista e que receberá a outorga na segunda cerimônia com os demais homenageados. Um dos membros da Comissão também confirma a informação.

SINFONIA DAS ÁGUAS
Já sobre a realização de uma edição da Sinfonia das Águas dentro da programação dos 150 anos de Poços de Caldas, o mastro Agenor, em contato com este jornalista, revelou que o valor de R$ 200 mil não chegou a ser captado embora o projeto estivesse pronto. O motivo é de que ele não obteve resposta do prefeito Sérgio Azevedo (PSDB) quanto a possibilidade de realização do evento no período de comemoração do sesquicentenário da cidade.