Coletivo Polis pede retirada de projeto de lei sobre prática de tiro em Poços
Movimento vê proposta do vereador Kleber Silva com preocupação.
O Coletivo Polis, movimento social, voluntário, integrado por apoiadores e participantes de diversos seguimentos e direcionado a ações locais, regionais e nacionais, encaminhou ofício à Câmara Municipal para expor sua preocupação e discordância sobre um projeto de lei de autoria do vereador Kleber Silva (Novo), sobre a atividade esportiva de tiro ser reconhecida como de importância municipal em Poços.
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O projeto deu entrada ontem, 18, na Câmara Municipal. “Causa estranheza que frente a tantas questões urgentes no município no que tange às políticas sociais, educacionais, culturais, se possa ser aventada a proposta de assegurar relevância municipal a tal prática. A despeito das justificativas apresentadas e defendidas pelo nobre vereador no exercício legítimo do mandato para o qual foi democraticamente eleito, nos valemos do direito de argumentar contraditoriamente e requisitar à Mesa Diretora desta Câmara Legislativa e aos vereadores que compõem a casa, que tal matéria seja desconsiderada e não prospere”, diz trecho da nota do Coletivo Polis.
Para o movimento, já existe legislação federal que regulamenta a prática de tiro como atividade esportiva, assim como para caça e outros fins, o que torna absolutamente desnecessária uma lei municipal específica.
“Ainda que se defenda tal prática como “esporte” ou “lazer”, grande parcela da sociedade assim não entende, por considerar que qualquer atividade que recorra ao uso de arma de fogo, estimula, direta ou indiretamente, o aumento de riscos e insegurança social, e pode facilitar o acesso às armas, com consequente aumento da violência deliberada, acidentes domésticos com armas, facilitação da posse de armas”, aponta.
Para o Coletivo Polis, em meio a tantas opções de esportes e lazer, não se pode considerar como educativo estimular tal prática, que instiga crianças e jovens, já influenciados negativamente por tantos meios midiáticos que giram em torno de armas e violência, a serem atraídos para tal.
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“Alegar que tal prática – tiro e caça esportivos – contribuem para o esporte, turismo, cu-tura e economia, trata-se de grande falácia, nada eficaz. A propósito, salvo engano por desconhecimento de nossa parte, atualmente, no Brasil, legalmente, a caça somente é permitida para javali. Há em nossa região grande população de javalis que justifique o incentivo à prática, inclusive para atrair turistas e favorecer a economia local? Vários estudos tem demonstrado que, na verdade, sob o pretexto da prática de tiros para esportes e caça, e a flexibilização para clubes de tiro, é o caminho mais fácil para “legalizar” a compra, posse e portes de armas”, completa
O Coletivo Polis pede que o projeto seja desconsiderado e que se se dê espaço “a projetos de fato relevantes e urgentes”.