Bastidores 18/10/22 – edição extra
O jornalista Rodrigo Costa comenta os principais fatos dos bastidores de Poços de Caldas e região.
CLIMA QUENTE
O clima pesou na sessão ordinária da Câmara Municipal de hoje, 18. Pela manhã, já havia um mal-estar entre os parlamentares, com a informação ainda não confirmada de que dois funcionários concursados que exerciam os cargos de confiança nas áreas financeira e de administração haviam sido exonerados de suas respectivas funções.
PARA ENTENDER O CASO
De acordo com apuração do site Coluna Bastidores, na sexta-feira, 14, a Câmara Municipal recebeu uma multa do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Junto, foi recebida a informação de que nos últimos anos, a Casa deixou de fazer suas prestações de contas como manda a lei. Por uma falha técnica, tais dados teriam sido entregues em arquivos corrompidos. O TCE, por sua vez, alega que enviou e-mails para o gabinete do presidente Marcelo Heitor (PSC) relatando o problema. No mesmo dia, em uma reunião a portas fechadas com a mesa Diretora, os dois funcionários em questão foram avisados do problema. Uma fonte ouvida pelo site revela que ambos foram humilhados e ameaçados: “é bom vocês arrumarem bons advogados, pois estão ferrados”. Em nenhum momento, o fato de o TCE ter tentado contato com a presidência foi levantado. Logo após, ambos foram avisados do afastamento dos seus respectivos cargos.
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DECISÃO SEM CONHECIMENTO
Com uma série de informações desencontradas ao longo desta terça-feira, a vereadora Regina Cioffi (Progressistas) chegou a questionar Marcelo Heitor (PSC) durante a sessão sobre o caso. Dele, obteve a seguinte resposta: “o assunto será tratado em reunião futura”. O momento está registrado na transmissão online no Facebook e no Youtube. O sentimento entre os demais vereadores, que ficaram sabendo do caso de forma não-oficial, é de traição.
ESCÂNDALO
Para ocupar os mesmos cargos comissionados, já foi batido o martelo pela Mesa Diretora que dois servidores do Executivo devem ser nomeados para ambos os casos. Confirmada essa atitude, a Câmara Municipal se tornará oficialmente um puxadinho da Prefeitura – uma vez que terá acesso a tudo de quem tem obrigação de investigá-la. Uma dessas assessorias, inclusive, é a responsável pela contratação da auditoria externa da CPI da Saúde, que até hoje o presidente não tirou do papel.
IMPROBIDADE
Toda a confusão envolvendo a não entrega das prestações de contas da Câmara Municipal poderá tornar inelegível por oito anos o seu presidente Marcelo Heitor.