Escola David Campista ficará ocupada por tempo indeterminado

Alunos foram surpreendidos com a ocupação ao chegarem no local

Ontem pela manhã, 18, muitos estudantes que chegaram para aulas na Escola Estadual David Campista, em Poços de Caldas, foram surpreendidos pela ocupação do estabelecimento de ensino por integrantes do Grêmio Estudantil Carolina Maria de Jesus e da União Brasileira dos Estudantes (UBES).

O movimento, intitulado #OcupaDavidCampista, teve início às 6h, logo após a abertura dos portões pelos funcionários da escola. A pauta de reivindicações protesta desde a proposta de Reforma do Ensino Médio, passando pela PEC 241 (limite de gastos públicos) até o projeto Escola Sem Partido, entre outras.

Após os portões terem sido fechados, a Polícia Militar foi acionada pela própria direção da escola, para garantir a segurança dos estudantes, já que se formou uma grande aglomeração na porta da unidade, uma vez que centenas de alunos não puderam entrar no local.

A 31ª Superintendência Regional de Ensino (SRE) sugeriu que fosse montada uma comissão com estudantes e professores para decidir qual é o melhor caminho para o movimento, que aconteceu de maneira pacífica. Nas redes sociais, houve diversas manifestações contrárias e favoráveis ao movimento.

Enquanto uns reclamavam da falta de aulas às vésperas de vestibulares e do Enem, podendo até mesmo inviabilizar a conclusão do Ensino Médio em 2016, dependendo da duração do protesto, outros afirmavam que o protestos são fundamentais para sensibilizar o governo acerca das demandas apresentadas.

Há relatos nas redes sociais de que algumas faixas de protestos no lado externo do prédio teriam sido retiradas e queimadas por alunos contrários à paralisação das aulas. A ocupação deverá ocorrer por tempo indeterminado, já que estudantes levaram colchonetes para dormir na escola.

O QUE DIZ A DIREÇÃO
O diretor da Escola Estadual David Campista, Diney Lenon de Paulo, divulgou uma nota de esclarecimento sobre o fato. Ele confirmou que a ocupação se deu através uma articulação do Grêmio Estudantil e UBES e que “a ação ousada dos estudantes surpreendeu a todos”. Ele disse que não houve favorecimento por parte de nenhum profissional e que “a ocupação se deu quando os portões estavam abertos”. Quando isto ocorreu, a direção disse ter informado a 31ª SRE e também acionou a Polícia Militar.

“Formamos uma comissão de diálogo formada por direção, Superintendência, professores, pais de alunos, ASB’s e estudantes. Foi feita uma ata que registrou o compromisso dos estudantes de preservarem o patrimônio. Os estudantes informaram que irão se pronunciar publicamente sobre as causas da ocupação. Eles disseram que apesar da ocupação haverá aulas organizadas pelo Grêmio voltadas para o vestibular e sobre a PEC 241 e a Reforma do Ensino Médio. A divulgação das aulas, oficinas e atividades culturais é de responsabilidade dos ocupantes”, completou.

Diney relatou que todos servidores, por razões óbvias, foram dispensados e até que a negociação seja efetuada, “os únicos responsáveis por falar pelo movimento são os membros do Grêmio Estudantil”. Na condição de diretor, ele assegurou que estará “acompanhando a evolução dos fatos na expectativa de que a integridade dos jovens seja assegurada e que tudo se resolva da melhor maneira possível”, finaluzou.

AULAS SOLIDÁRIAS
Em nota oficial, o #OcupaDavidCampista diz que o movimento de ocupação das escolas públicas em todo o país “prevê uma grade de ações auto-geridas pelos estudantes que envolvem assembleias, coletivas, programação cultural, oficinas e rodas de conversa sobre áreas diversas do conhecimento”.

Segundo o movimento, “também estão previstas aulas dentro da escola, com professores solidários à causa”, preparatórias para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) a partir de hoje, 19.