Cidadania: o que pode mudar com um novo governo na Itália?


A vitória da coligação de extrema direita liderada pelo FdI (Fratelli d’Italia, na sigla em italiano – Irmãos da Itália, em português), de Giorgia Meloni, nas eleições italianas no dia 25 de setembro, chamaram a atenção para a questão da imigração e dos refugiados. A coalizão conseguiu 44% dos votos, segundo dados apurados pelo Ministério do Interior.

Em entrevista à Exame, a futura primeira-ministra da Itália afirmou que seu partido “sempre olhou com orgulho para a Itália que vive fora de suas fronteiras”, como os ítalo-brasileiros. Meloni disse que o seu governo pretende proteger os interesses dos cerca de 60 milhões de italianos nascidos no exterior.

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“Este é um interesse estratégico para a Itália e por isso incluímos a valorização dos italianos no exterior no programa de governo”, afirmou à Exame. No Brasil, há mais de 300 mil pessoas com cidadania italiana e direito a voto.

Segundo Lilian Ferro, CEO da Simonato Cidadania – consultoria para o reconhecimento de cidadania italiana -, a obtenção da cidadania italiana por parte de brasileiros deve sofrer um impacto com a mudança de governo na Itália, já que o novo governo gera uma resistência a imigrantes.

“Os processos administrativos, que ocorrem quando a pessoa vai até a Itália e reside o período do processo, podem ter uma certa resistência por parte dos órgãos competentes com a ascensão da futura premiê da Itália, Giorgia Meloni”, diz Ferro.

A especialista destaca que há indicativos de que poderá haver mudanças, pois esta foi a pauta da candidatura de Meloni: “Ela foi bem específica sobre a cidadania jus solis, que diz respeito ao reconhecimento de cidadania de filhos de estrangeiros nascidos em solo italiano”.

A especialista destaca que não há indícios de que a alteração para as regras de reconhecimento de cidadania jus sanguinis estejam na pauta da líder do partido de extrema direita, mas é importante se atentar: “Ela [Meloni] tem boa parte dos apoiadores no governo e tem um discurso bastante extremista”.

Para concluir, a CEO da Simonato Cidadania observa que a Europa ainda se recupera da pandemia de Covid-19 e sofre com a guerra, a eleição de líderes mais austeros e com dominância da pauta anti-imigração – elementos que geram um impacto que poderá ser visto nos próximos anos.

Para mais informações, basta acessar: https://www.simonatocidadania.com.br/