Lucro de principais aéreas chega a R$ 4,5 bi no primeiro trimestre do ano
As três principais empresas aéreas brasileiras registraram lucro de R$ 4,5 bilhões nos primeiros três meses deste ano. O número atesta a retomada do setor após o prejuízo líquido de R$ 6 bilhões, registrado no mesmo período de 2021, segundo ano da pandemia de Covid-19. Os dados são do relatório de Demonstrações Contábeis das Empresas Aéreas, divulgado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
O aumento representa uma margem positiva de 43,2% e mostra a recuperação do mercado de aviação civil a partir do início de 2022. Segundo a Anac, Latam, Gol e Azul aumentaram a oferta de voos em 49,3%, 39,6% e 14,6%, respectivamente, no primeiro trimestre. No mesmo período, o aumento de transporte de passageiros no mercado doméstico foi de 70,5% (Latam), 47,2% (Gol) e 19,3% (Azul).
A retomada dos voos após o controle da pandemia é uma oportunidade para quem quer ingressar na carreira de piloto. O mercado para esses profissionais está aquecido não apenas no Brasil, mas em todo mundo. Segundo o relatório 2022 Pilot and Technician, da Boeing, nos próximos 20 anos, o setor aéreo precisará de mais 602 mil pilotos e 610 mil técnicos de manutenção.
O comandante Miguel Freire explica que quem sonha em entrar na profissão de piloto, independentemente do modelo de aeronave, deve se preparar para um caminho que inclui cursos teóricos e práticos, avaliações, exames médicos recorrentes e outros vários cursos ao longo da carreira, que são necessários para a obtenção de licenças para atuar na profissão. “As principais licenças de um piloto são: piloto privado, piloto comercial e piloto de linha aérea. Todas elas são sequenciais e cada uma possui determinadas características”, diz.
Ele completa que a licença de piloto privado é a mais simples e a primeira a ser obtida, porém, permite apenas o chamado voo desportivo. É indicada para voos em monomotor, multimotor, que são usados para fins particulares. Com essa licença, o piloto não consegue exercer atividade remunerada e para isso ele necessita seguir para uma próxima etapa.
“A licença para piloto comercial é a que permitirá ao aviador ser reconhecido como profissional. A partir dela, o piloto poderá exercer a atividade remunerada em voos particulares, instrução de voo, fretamento de aeronaves ou em qualquer outra das diversas áreas dentro da operação aérea, deixando de, finalmente, “pagar para voar””, explica.
Após o ingresso no mercado de trabalho, Freire comenta que os desafios continuam. O piloto comercial pode obter, ainda, uma próxima licença, chamada “Piloto de Linha Aérea”, que é o mais alto patamar de licença que um aviador pode ter. Para a sua obtenção, é preciso cumprir algumas exigências dentro de sua experiência, como horas de voo em comando, horas de voo noturno, horas de voo em longas distâncias e horas de voo por instrumentos.
“Com esta licença, este piloto pode ser comandante em aeronaves de mais alta complexidade em empresas de fretamento de aeronaves ou mesmo em empresas aéreas de voos regulares, contudo, respeitando as exigências individuais de cada empresa. A formação de um aviador requer um longo caminho, muita dedicação, paciência e o mais importante, paixão por voar”, acrescenta ele.
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Os principais requisitos para obter as licenças para voar
Para obter as licenças necessárias, o aspirante a aviador deverá passar por algumas etapas. Para a autorização para voar como piloto privado, é preciso ser aprovado em uma prova teórica para obter o Certificado de Conhecimento Teórico (CCT). Para essa prova, é recomendado passar por um curso homologado e antes de iniciarem os voos, o candidato precisa obter um Certificado Médico Aeronáutico (CMA), que exige a realização de vários exames para atestar saúde física e mental do futuro piloto. Miguel Freire explica que com esse exame, o futuro profissional pode começar a adquirir suas horas de voo.
“Caso sejam realizadas em um curso homologado, são necessárias 35 horas de instrução para avião ou helicópteros e uma avaliação de voo. Normalmente, os alunos iniciam em modelos simples que acabam por se enquadrar nas seguintes classes: Avião Monomotor Terrestre e Helicóptero Monomotor Convencional, ambos movidos por um motor a pistão”, informa.
Já para obter a licença de piloto comercial, o candidato precisará comprovar o mínimo de 150 horas de voo para a categoria avião e 100 horas de voo para helicópteros. “Também será necessário um novo CCT para cada categoria e um voo de avaliação, indicando que o piloto possui conhecimento, performance e aptidão, autorizando-o para o exercício da função de piloto em comando de aeronaves em alguns segmentos de operações aéreas e empresas, conforme especificados anteriormente”, diz o profissional, que tem 14 anos de experiência na área e aproximadamente 4 mil horas de voo.