Bastidores 20/06/22
O jornalista Rodrigo Costa comenta os principais fatos dos bastidores de Poços de Caldas.
EXCLUSIVO
A Coluna Bastidores do Jornal da Cidade recebeu uma série de documentos a respeito dos médicos contratados por empresas terceirizadas pela Secretaria Municipal de Saúde cujos contratos motivaram a criação de uma CPI que já está em vigor. Para a checagem das informações recebidas, foram utilizadas a base de dados do CRM de Minas Gerais. No entanto, inicialmente, é importante citar algumas normas importantes que regem a atuação da classe em todo o território nacional.
ESPECIALIDADES
A carreira na Medicina oferece inúmeras possibilidades. Uma vez formado, o médico poderá se dedicar a uma das diversas áreas da medicina. Após cerca de seis anos de estudo em tempo integral, o profissional escolhe, portanto, um caminho. Caso a opção seja uma especialidade médica, é preciso estudar para um dos programas de residência oferecidos em todo o país. Muitos estudantes optam por uma área ainda durante a faculdade, uma vez que no internato passam por diferentes campos de atuação, como pediatria, ginecologia, clínica médica, entre outras.
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O CRM
De modo geral, as áreas da Medicina delimitam uma atuação aprofundada em um tipo de cuidado. Desse modo, um médico se especializa em tratar as doenças e problemas que surgem em uma determinada parte do corpo, por exemplo. Essa especialidade, obrigatoriamente, precisa estar registrada no CRM.
DIVERGÊNCIAS
A resposta para um pedido de informações feito pela vereadora Regina Cioffi (Progressistas) a respeito da escala de trabalho dos médicos contratados, revelam uma série de divergências que merecem apuração por parte da CPI e esclarecimentos urgentes da Secretaria Municipal de Saúde.
SEM ESPECIALIDADES
De acordo com o CRM-MG, os médicos Luiz Gustavo Vimieiro, Juliana Maranhão, Heres de Oliveira Massa, Leandro Leite Prado, Caio Pereira Bergamaschi, Gustavo Capranico Germano, Leonardo Ribeiro de Almeida Lana não apresentam registro de especialidades. Sem especialidade, o médico é um clínico geral. Desse modo, a falta de uma especialidade não veda a prática de atos típicos de uma especialidade, mas a exteriorização da condição de especialista. Um médico generalista pode realizar um procedimento estético, mas não pode divulgar para os pacientes que é dermatologista, especialista em dermatologia, por exemplo, como é o caso, por exemplo, da médica Juliana Maranhão que, inclusive, mantém uma clínica com essa especialidade na cidade.
OUTROS CASOS I
No caso da médica Luciana Fialho Mazzi, cujo CRM é o de número 86759-MG e também sem especialidade, na escala de atuação, aparece o registro 66257-MG pertencente à Rosaína da Conceição de Lima, Pediatra e Neuro Pediátrica. Já o médico Álvaro Lúcio Mendes Campos Almeida, para o CRM-MG sem especialidade registrada, atende no IST-Aids como infectologista.
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OUTROS CASOS II
A médica Gabriela Lima Ramos, na escala da Hygea apresentada como ginecologista, para o CRM-MG apresenta a especialidade em radiologia e diagnóstico por imagem. O médico Antônio José dos Reis Neto, que atende 73 consultas em um único dia como ginecologista, para o CRM-MG deveria atuar apenas como clínico geral. Já a médica Marília Sargaço de Oliveira, que na escala consta como clínica geral, tem um contrato com a Hygea para atendimento de especialidades. Como clínica geral, conforme apresentado em escala, não deveria estar como plantonista. Estaria atendendo como médica vascular sendo um erro de especificação em escala?
RODAPÉ
Enquanto o caos impera na Secretaria Municipal de Saúde, Carlos Mosconi, como de costume, sai de cena. A população paga o preço.