Bastidores 26/05/22
O jornalista Rodrigo Costa comenta os principais fatos dos bastidores de Poços de Caldas.
CONTATO
Na manhã de ontem, 25, recebi um e-mail do empresário e ex-diretor da ACIA, Márcio Roberto de Oliveira. Em pauta, o documento emitido pela Associação Comercial para a empresa A Recreativa. Ele disse que “vê com pesar as notas publicadas neste espaço sobre a suposta carta de competência por nós emitida a uma empresa envolvida em questões de investigações de concorrência pública”. O empresário completa dizendo que seria prudente se eu solicitasse tal documento a quem quer que seja e fizesse a leitura do mesmo e que, após a leitura, eu possa de fato fazer uma avaliação se o conteúdo do que publiquei bate com a realidade dos fatos.
ANÁLISE
Ao invés de debater por e-mail em privado com o empresário a veracidade ou não do que foi publicado neste espaço, convido todos os leitores para juntos fazermos este exercício. Na Coluna Bastidores do dia 19 de maio, afirmei que a “ACIA não tem qualquer tipo de competência para avaliar métodos educacionais e mostra quão vergonhosa é sua atuação na cidade ao dar parecer sobre um tema que desconhece”.
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TEXTO INTEGRAL
A carta – que não é suposta, afinal, existe de fato – apresentada como uma das garantias para a inexigibilidade do contrato – essa sim, suposta – atesta que a empresa “A Recreativa é a única associada da ACIA Poços de Caldas com competência técnica para atender aos requisitos do programa Poços, Educação para o Futuro através dos atributos do Método Ativamente de sua propriedade”. Quem assina o documento, com data de agosto de 2021, é Giovani Granato, então 1º vice-presidente da ACIA (clique na carta para ampliar).
QUESTIONAMENTO I
A declaração acima da ACIA é específica para um projeto da Prefeitura Municipal de Poços de Caldas. Para emitir essa declaração, da forma como foi escrita, a Associação, através de pessoas especializadas, precisa ter analisado o projeto e necessidades da Secretaria Municipal de Educação após análise profunda do serviço oferecido pela empresa. Esse estudo em questão existe? Há a comprovação de que ele foi entregue para a ACIA antes do dia em que a carta foi emitida? Como foi o processo para atestar algo que até então não existia?
QUESTIONAMENTO II
Existe a possibilidade da ACIA de Poços de Caldas tornar público o corpo técnico que analisa as competências de seus associados, o método para qualificá-los e, por que não, quantas declarações de competências foram dadas nos últimos cinco anos, especialmente em se tratando de contratações junto ao poder público?
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QUESTIONAMENTO III
Por que o documento em questão não foi assinado pelo então presidente da ACIA, Carlos Cobra, mas, sim, pelo primeiro vice-presidente, que agora virou presidente?
TODOS DE PÉ PARA O VEREDICTO
Para os questionamentos acima, o espaço está aberto para as respostas do atual presidente da ACIA e do seu ex-diretor que enviou o e-mail. A conclusão agora fica por conta do leitor. Eu, pelo menos, não tenho problemas em repetir o que foi publicado no dia 19 de maio e que me foi questionado pelo e-mail: “ACIA não tem qualquer tipo de competência para avaliar métodos educacionais e mostra quão vergonhosa é sua atuação na cidade ao dar parecer sobre um tema que desconhece”.