A importância da iluminação em um projeto
Seja ela natural ou artificial, iluminação é importante em um projeto arquitetônico
As arquitetas Carolina Galhardo e Lizia Santucci falam sobre a importância da iluminação, seja ela natural ou artificial, em um projeto arquitetônico.
Desde a concepção do projeto arquitetônico de uma edificação, a iluminação, seja ela natural ou artificial, é fator de suma importância na qualidade final da obra construída. Não é por acaso que a orientação solar, ao lado de outros fatores, determina as primeiras decisões no desenvolvimento do projeto. E, com o avanço da tecnologia, a luz artificial ganha cada dia mais atenção na arquitetura residencial, comercial ou corporativa.
A representação da luz na arquitetura teve seus parâmetros modificados ao longo do tempo, de acordo com as necessidades e as possibilidades da cada época. No período medieval, a luz natural era responsável pela sensação de solenidade nas igrejas, proporcionando um ambiente que remetia a elevação espiritual. Na renascença grandes aberturas resultavam em ambientes claros e aquecidos pelo calor da luz solar.
Com o advento do vapor, no séc. XIX, a iluminação artificial veio suprir as necessidades da luz quando na ausência da luz natural. E, a partir do uso da energia elétrica, no séc. XX, a iluminação artificial ganha cada vez mais espaço no mercado. Dado o avanço da tecnologia, profissionais do ramo tendem a usufruir dos benefícios que a iluminação artificial confere ao espaço interno e externo de nossas construções.
Conseguimos, através da manipulação da luz natural e artificial, criar ambientes cenográficos e dramáticos, concebendo espaços que encantam e proporcionam conforto na sua utilização. Para obtermos esses resultados para diferentes ambientes, a especificação correta das lâmpadas é fundamental, com suas diferentes cores e temperaturas. Por exemplo, adotar lâmpadas brancas/frias em ambientes que se busca maior luminosidade, e as amarelas/quentes, onde almejamos sensação de aconchego e descanso.
Com um projeto lumino-técnico bem elaborado, no qual também é levada em consideração a escolha apropriada de cores e texturas, é possível tornar os ambientes mais aconchegantes e agradáveis, promovendo o bem-estar de seus usuários. O estudo da iluminação ressalta pontos de maior relevância em uma obra: em espaços comerciais, as fachadas e vitrines ganham destaque com a jogos de luzes, valorizando e evidenciando seus produtos; em monumentos arquitetônicos, a iluminação se torna importante no contexto urbano, para que também seja apreciado durante a noite.
Em ambientes internos, é projetado de acordo com o uso de cada ambiente: quartos e salas pedem uma iluminação mais aconchegante; cozinhas, banheiros, escritórios, áreas comerciais é importante a sensação de maior luminosidade. Como supracitado, a iluminação na arquitetura e sua intenção na mesma, modificou-se com o passar dos anos.
Considerando então a atual circunstância, que prioriza e preza pelo uso racional dos insumos, deve-se planejar a utilização consciente da luz. Um bom projeto arquitetônico prevê o máximo aproveitamento da iluminação natural, sem que isso gere ofuscamento ou eleve a temperatura do ambiente. Afinal, a utilização consciente da luz remete tanto ao uso racional da energia, quanto ao conforto e à qualidade de vida.
* Carolina Galhardo e Lizia Santucci são arquitetas e urbanistas do Escritório Oca Arquitetura (rua Pernambuco, 789, Centro)