Bastidores 14/04/22

O jornalista Rodrigo Costa comenta os principais fatos dos bastidores de Poços de Caldas.

SAMBARILOVE
A semana começou com a Casa Amarela fazendo malabarismos para tentar explicar o inexplicável: a contratação sem licitação de um projeto para as escolas da empresa “A Recreativa” no valor de cerca de R$ 2 milhões. Para isso, prepararam uma apresentação à qual estiveram presentes o prefeito Sérgio Azevedo, o vice-prefeito Tio Júlio, a secretária de Educação Maria Helena Braga, o secretário interino de Governo Paulo Ney e o proprietário de “A Recreativa”, Rubens Mussolin Massa.

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COINCIDÊNCIA?
Durante a apresentação, o prefeito Sérgio Azevedo disse que a ideia de implantar um projeto inovador como o “Ativamente” foi dele. Que trocou uma ideia com Celso Donato, seu ex-secretário de Governo e pré-candidato a deputado federal que, por sua vez, descreveu a ideia para o secretário de Desenvolvimento e Trabalho, Thiago Mariano, que, numa inacreditável coincidência do destino, disse conhecer uma pessoa de sua confiança que havia acabado de desenvolver um programa educacional inovador do jeitinho que o prefeito estava procurado. A pessoa em questão, claro, era Mussolin.

ROLANDO-LERO
Ao menos foi esse o apelido que os professores presentes deram ao dono de “A Recreativa” após a apresentação do projeto.

PARÊNTESES
O secretário municipal de Desenvolvimento e Trabalho, Thiago Mariano, o elo principal entre o executivo e a empresa, não esteve presente.

E O FUNDEB?
Voltemos, mais uma vez, ao prefeito Sérgio Azevedo para analisarmos uma de suas falas. No evento, ele afirmou que Poços de Caldas recebe R$ 57 milhões anuais do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação). Consulta ao sistema de repasses federais revelam que o valor enviado foi de R$ 118 milhões. Ato falho ou desconhecimento?

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RECEPTIVIDADE
Quanto ao projeto, o consenso geral entre os professores é de que a preocupação da classe no momento é com questões educacionais básicas, como a defasagem dos alunos, a dificuldade de adaptação ao retorno presencial das aulas e a falta de estrutura e materiais básicos nas unidades escolares. Além disso, o programa de “A Recreativa” nunca chegou a ser discutido ou construído com a categoria, parte importante para o sucesso nas escolas. Durante o evento, por exemplo, os professores continuaram no escuro. Grande parte dos profissionais da rede municipal acredita que irá conhecer o programa apenas após sua implantação. Não deveria ser o contrário?

RODAPÉ
Essa pauta continua na coluna Bastidores desta sexta-feira, que será publicada exclusivamente no site do Jornal da Cidade, já que devido ao feriado, a edição digital circula nesta semana apenas até hoje.