Bastidores 13/04/22
O jornalista Rodrigo Costa comenta os principais fatos dos bastidores de Poços de Caldas.
FRASE
“Irei até as últimas instâncias para defender a Dra. Juliana Maranhão”. A frase é atribuída ao secretário municipal de Saúde, Carlos Mosconi, e replicada por pessoas próximas, especialmente Welles Meire Cava, diretora administrativa da secretaria. Enquanto a bola se encontra com o Conselho Municipal de Saúde, alguns vereadores já admitem que estão de olho na prestação de contas do segundo quadrimestre da gestão anterior e nos próximos passos da atual gestão do CMS. Nos bastidores, uma convocação para explicações aos parlamentares começa a ganhar força.
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DOA A QUEM DOER 1
De certo, para Carlos Mosconi, ir até às últimas consequências significa fazer vistas grossas ao fato de que nas contratações de plantonistas e especialistas nas escalas há claro favorecimento da médica Juliana Maranhão. Por consequência também do seu esposo, Vanderson Zagalio (ambos sócios da Prohealth, uma das empresas terceirizadas). Isso por si só fere os princípios da impessoalidade, da moralidade e o princípio da supremacia do interesse público sobre o privado.
DOA A QUEM DOER 2
Para Mosconi, de certo, ir até as últimas consequências significa descumprir pareceres do Conselho Federal de Medicina (CFM) e do Ministério do Trabalho. A Secretaria Municipal de Saúde, sob o seu comando, é quem deveria fiscalizar os contratos. Não só não acompanhou a elaboração das escalas de trabalho elaboradas pelas empresas terceirizadas, como ignorou o fato de Vanderson ser o gestor de si mesmo e da sua esposa.
FALTA ESPAÇO
Faltaria espaço nessa coluna para desmontar os argumentos das justificativas do secretário ao CMS. O mínimo que deve ser feito agora é o encaminhamento das contas do 2º quadrimestre do Conselho para auditoria por órgãos controladores externos, como TCE-MG, bem como o envio para o Ministério Público Estadual para apuração dos fatos.
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MISTÉRIO
Ao menos um membro do alto escalão e de dentro da Casa Amarela teria demonstrado preocupação em relação ao caso das horas extra da médica Juliana Maranhão. Por que será?
OPINIÕES
Entre os servidores da Secretaria Municipal de Saúde, os comentários são de que, mas uma vez, este caso será abafado e que não dará em nada como tantos outros. A expectativa do “não dar em nada” é, justamente, o que abre brechas para que irregularidades como essa aconteça. Enquanto assistem os desdobramentos, todos têm descontados minutos de atrasos no relógio de ponto que, por sinal, não existem em todas as repartições.
RODAPÉ
Nos corredores da Câmara, de forma tímida, já começa a surgir conversas em torno de uma possível CPI da Saúde. Aguardemos.