Covid-19 já matou mais de 1.400 crianças no Brasil
Doença está entre as 10 principais causas de morte de crianças
Os casos de morte ou de sequelas graves causadas pela Covid-19 em crianças justificam a necessidade de incluí-las no calendário de vacinação o quanto antes.
Isso porque o Brasil soma 1.449 mortes de meninos e meninas de até 11 anos em decorrência do novo coronavírus e mais de 2.400 casos da Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P) associada à Covid-19, conjunto de sintomas graves que podem levar à morte, desde o início da pandemia, segundo o Ministério da Saúde.
Ainda segundo o Ministério, a Covid-19 está entre as dez principais causas de morte de crianças entre cinco e 11 anos no Brasil, atrás apenas dos acidentes de trânsito.
“A vacinação desse público é estratégia importante para reduzir o número de mortes por conta da Covid-19 nessa faixa etária no Brasil, cujos indicadores são mais expressivos do que em outras nações”, descreveu a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).
“Nenhuma morte de crianças é negligenciável. É inadmissível testemunhar crianças serem hospitalizadas e falecerem por doenças preveníveis por vacinas”, completou a entidade em pronunciamento divulgado no dia 6 de janeiro.
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Segundo informações do Sivep-Gripe, plataforma do Ministério da Saúde que reúne dados sobre os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por Covid-19 no país, em 2020, 10.356 crianças entre zero e 11 anos foram notificadas com o problema, das quais 722 evoluíram para óbito.
Em 2021, o total de notificações subiu ainda mais e atingiu 12.921 ocorrências da síndrome respiratória na mesma faixa etária, com 727 mortes. No total, são 23.277 casos de SRAG por Covid-19 e 1.449 mortes desde o início da epidemia até dezembro de 2021.
Entre as crianças de cinco a 11 anos, houve 2.978 casos de SRAG por Covid-19, resultando em 156 mortes. E em 2021, já foram registrados 3.185 casos nessa faixa etária, com 145 mortes, totalizando 6.163 casos e 301 mortes desde o início da epidemia. Esses números representam uma incidência de 29,96 casos e 1,46 óbito a cada 100 mil habitantes nessa faixa etária, segundo o Sivep-Gripe.
A SRAG associada à Covid-19 tem como sintomas tosse, coriza, obstrução nasal, febre e pode evoluir para um quadro de insuficiência grave, que pode exigir internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Já a SIM-P, apesar de ser considerada rara, é potencialmente grave e grande parte dos casos necessita de internação em UTI, por acometer diferentes partes do corpo.
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Os principais sintomas da síndrome são febre persistente, desconforto gastrointestinal, conjuntivite bilateral não purulenta, sinais de inflamação com muco e comprometimento cardiovascular, como miocardite (inflamação no músculo cardíaco).
Até 27 de novembro de 2021, foram notificados no Brasil 2.435 casos suspeitos da SIM-P associada à Covid-19 em crianças e adolescentes de zero a 19 anos. Desses, 1.412 (58%) casos forma confirmados, e 85 evoluíram a óbito, segundo dados da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde.
Em 2020, em todo o país, 64% dos casos de SIM-P em crianças e adolescentes ocorreram entre crianças de um e nove anos de idade.
Entre as crianças hospitalizadas, a necessidade de internação em UTI ocorreu em 44,5% dos casos e a letalidade foi de 6%, cerca de cinco vezes superior à relatada nos Estados Unidos, conforme dados de um estudo sobre a síndrome feito pelo próprio Ministério da Saúde.
Ainda em relação aos casos confirmados para SIM-P, em crianças de cinco a 11 anos, 65% apresentaram disfunções cardíacas na evolução do quadro clínico, o que incide em 1,91 caso de SIM-P com acometimento cardíaco a cada 100 mil crianças nesta faixa de idade, segundo informações da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização da Covid-19 (CTAI-Covid) do Ministério da Saúde.