Participantes de audiência divergem sobre reajuste de energia

Câmara realizou encontro para debater aumento de tarifas de energia elétrica

A Câmara Municipal realizou, na quinta-feira, 31, uma audiência pública para debater o aumento das tarifas de energia elétrica em Poços de Caldas.

O encontro foi motivado após a última revisão tarifária apresentada pela DME Distribuição no final do ano passado e atendeu a um requerimento aprovado em  plenário, de autoria dos vereadores Tiago Cavelana (DEM), Antônio Carlos Pereira (DEM), Valdir Sementile (DEM), Flávio Faria (Rede) e Paulo Eustáquio (PSD).

Participaram do encontro representantes do Grupo DME, Associação Comercial, Industrial e Agropecuária (ACIA), Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (ABRADEE) e Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Materiais Elétricos de Poços. Em outubro de 2015, a DMED apresentou os índices do Quarto Ciclo de Revisão Tarifária Periódica e explicar a alteração da tarifa para sua área de concessão.

Na época, a empresa ressaltou que os aumentos são autorizados pela ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), que é o órgão regulador do setor elétrico brasileiro, através de resolução específica. Diante dos inúmeros questionamentos sobre o assunto, inclusive a respeito das fases do processo de revisão das tarifas, o Legislativo teve a iniciativa de promover o debate.

O vereador Antônio Carlos Pereira iniciou a discussão ressaltando que a audiência foi aprovada por unanimidade dos vereadores e que atende a uma preocupação de toda a comunidade. “Nossa intenção é abrir as portas para o debate claro e transparente e dar oportunidade para os dirigentes apresentarem os motivos dos reajustes que afetam a vida dos cidadãos. Quero lamentar as declarações de que a audiência é uma marola política”, declarou.

DESCONTENTAMENTO
Arlene Nogueira Mareca, presidente do Conselho de Consumidores de Energia Elétrica de Poços, ressaltou o descontentamento da população em relação ao reajuste da energia elétrica, que tem sido uma das despesas mais pesadas para as famílias.

Já o presidente da ACIA, Márcio Roberto de Oliveira, falou das dificuldades que os estabelecimentos comerciais têm enfrentado para arcar com o custo da energia elétrica que, segundo ele, em alguns casos chegou a triplicar.

CUSTOS
A respeito dos motivos que levaram ao último reajuste, o diretor-superintendente da DME Distribuição, Marcos Alvim, apresentou as planilhas dos custos operacionais do DME, bem como as orientações da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) para o percentual adotado de reajuste.

Ainda sobre os custos, o engenheiro Cícero Machado de Moraes, ex-diretor do Departamento Municipal de  Eletricidade, na ocasião representando o Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, apresentou um estudo demonstrando que, com os investimentos feitos ao longo dos anos, como por exemplo a Hidrelétrica de Machadinho. Segundo ele, a DME Distribuição tem condições de oferecer uma tarifa mais barata ao consumidor, reduzindo seu percentual de lucro e beneficiando o usuário da energia.

O presidente da Holding DME, João Deom, falou a respeito das medidas administrativas adotadas dentro do DME de modo que os atuais custos com pessoal, tributos e serviços prestados fossem cobertos pela tarifa adotada atualmente.

Ele ressaltou que a ANEEL realizou uma audiência pública para discutir o assunto com a população, antes da aprovação do percentual de reajuste no final de de 2015.