Médicos representam ao MP contra defensora do tratamento precoce
Médica foi à Câmara e disse que 70% das mortes por Covid-19 poderiam ser evitadas
Um grupo de médicos de Poços de Caldas entrou com uma representação contra a médica Andrea Almeida Magalhães, solicitando a atuação do Ministério Público no caso.
Os médicos em questão atuam na linha de frente do combate à Covid-19 em Poços de Caldas. Eles acreditam que parte do trabalho consiste em informar a população acerca das medidas que funcionam na diminuição do número de casos, evitando o colapso do sistema de saúde, seja público, seja privado.
Neste contexto, os médicos ficaram “perplexos” com as declarações, durante a participação em reunião da Câmara Municipal no dia 6 de abril, da médica Andrea Almeida Magalhães, que relatou que “70% das mortes” por Covid-19 poderiam ser evitadas pelo uso de medicamentos através do que convencionou-se chamar de “tratamento precoce”.
Segundo os advogados dos médicos, ao agir desta forma, a médica em questão atribui aos médicos que estão atuando na linha de frente do combate ao vírus nos hospitais e UTIs especializadas, as mortes que “caso fossem verdadeiras as elucubrações” poderiam ter sido evitadas, “expondoos de maneira totalmente inescru-pulosa e inadequada, prejudicando o trabalho desempenhado até o momento”.
Os médicos, através de seus advogados, relatam que não há qualquer fundamento ou evidência científica para a apresentação “de um dado inescrupuloso como este” (redução de 70% das mortes), que não tem relatos precedentes até mesmo para quaisquer outras doenças.
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FAKE NEWS
Em pesquisa às fontes citadas pela médica para respaldar sua argumentação, verificou-se que o grupo por ela mencionado, denominado “Médicos pela Vida” publicou um manifesto, que foi checado pela Agência Lupa, que concluiu ter o manifesto se utilizado de argumentos falsos.
Os advogados requerem ao Ministério Público a instauração de inquérito penal, visando uma eventual instrução de futura ação penal, acordo de não persecução penal ou ainda transação penal.