Ensino Médio Integral da rede estadual será ampliado
No próximo ano, a rede estadual de ensino mineira ampliará a oferta da educação integral para o ensino médio e contará com cerca de 16 mil novas vagas nessa modalidade de ensino. A partir do constante esforço de gestão e organização financeira realizados pela Secretaria de Estado de Educação (SEE), a iniciativa, que até este ano contempla 78 unidades de ensino, será expandida para mais 203 escolas estaduais.
Atualmente, o Ensino Médio Integral atende a cerca de 12 mil alunos de 78 escolas que integram o programa. Com a ampliação, a rede estadual contará, em 2020, com aproximadamente 28 mil estudantes do ensino médio na educação integral, em 281 escolas, contemplando todas as 47 Superintendências Regionais de Ensino (SRE).
“Estamos muito felizes em conseguir fazer esse anúncio de que agora, efetivamente, o Estado cria uma política de atenção ao ensino médio, iniciando também uma expressiva expansão do ensino médio de tempo integral. Fortalecemos, assim, o aprofundamento pedagógico do aluno, além de viabilizar escolhas para esse estudante”, afirmou a secretária de Estado de Educação, Julia Sant’Anna.
Com a ampliação de escolas em tempo integral e o aumento da carga horária desses estudantes para 9 horas diárias, Minas Gerais dá mais um importante passo em direção ao que dispõe a legislação do novo ensino médio, determinada pelo governo federal.
“O aluno, agora, tendo mais tempo de estudar, poderá fazer escolhas que o deixarão mais seguro para o seu futuro imediato. Também serão geradas condições para maior empregabilidade com essa expansão das vagas da educação de tempo integral ou integrada à educação profissional”, completou a secretária.
A SEE também reestruturou a Política de Educação Profissional no Estado com a ampliação de vagas e de cursos oferecidos. Serão 13.300 vagas para Cursos Técnicos, de Formação Inicial e Continuada (FIC) e o Normal de Nível Médio.
O investimento total é de aproximadamente R$ 303 milhões, com 50% referentes a recursos que estavam parados e não foram utilizados em gestões passadas. Do total, R$ 80 milhões são recursos ligados ao Programa de Fomento às Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral do Ministério da Educação (MEC), que estavam parados no caixa do Estado desde 2017. Outros R$ 72 milhões, também um valor aproximado, são referentes ao Pronatec e, por fim, R$ 151 milhões são recursos do Governo de Minas.
Ensino Médio Integral Profissional
Do total de escolas contempladas na expansão, 36 ofertarão o ensino médio integrado à educação profissional. Para a definição das escolas, foram priorizadas unidades de ensino com maior vulnerabilidade e municípios sem oferta da educação integral para estudantes do ensino médio. Entre as 78 escolas que já ofertam a educação integral, sete contam com cursos técnicos no contraturno. Com a ampliação, em 2020 serão 43 escolas com a oferta de Ensino Médio Integral Profissional, com cerca de 5 mil novas vagas.
Importante destacar que, pela primeira vez no estado, a oferta de cursos foi determinada pela demanda de empregabilidade regional.
Ao todo, são 18 opções de cursos técnicos: Açúcar e Álcool, Agronegócio, Agropecuária, Alimentos, Análises Clínicas, Celulose e Papel, Desenvolvimento Cultural Regional, Desenvolvimento de Sistemas, Eletroeletrônica, Eletromecânica, Eletrônica, Eletrotécnica, Informática, Logística, Mecânica, Química, Segurança do Trabalho e Transações Imobiliárias.
Para que a oferta dos cursos técnicos atendesse às necessidades das diferentes regiões, foram realizados estudos abrangendo as 12 mesorregiões do estado, conforme divisão do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Também foram utilizadas informações do mercado de trabalho formal na tentativa de captar as tendências do emprego no nível local. O estudo foi resultado de uma parceria entre as secretarias de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese), Desenvolvimento Econômico (Sede) e de Educação (SEE).
Partindo desse esforço, foi possível identificar ocupações que apresentam maior potencial de contratação e, a partir delas, direcionar a oferta dos cursos. Essa oferta está alinhada às necessidades e dinâmicas de contratação dos setores empregadores, o que contribuirá para a empregabilidade e inserção dos jovens no mundo do trabalho.
“Muito importante, também, destacar que tanto o Ministério da Educação (MEC), quanto o Governo do Estado de Minas Gerais estão preocupados e empenhados para que essas vagas de educação profissional sejam totalmente aderentes ao mercado de trabalho regional. Fizemos esse diagnóstico, com apoio de outras secretarias estaduais, gerando as vagas condizentes com a empregabilidade da região”, enfatizou a secretária.
Projeto de vida e protagonismo juvenil
Em outras 167 escolas estaduais que iniciarão a oferta da educação integral, o protagonismo juvenil e a elaboração do projeto de vida nortearão as ações. Nesse outro modelo de Ensino Médio Integral, além do aprofundamento acadêmico, o principal objetivo é dar ao estudante instrumentos para que que ele possa pensar, planejar e se preparar para alcançar o que quer para o seu futuro. Nessas instituições, os jovens serão estimulados a encontrar sua vocação para os próximos passos ao finalizar a educação básica.
Os estudantes também serão incentivados a participar de organizações como clubes de protagonismo, conselho de líderes, grêmio estudantil ou, ainda, auxiliar na solução de demandas do dia a dia da escola.
Este modelo de educação integral começou a ser adotado pela SEE em julho deste ano. A proposta já conta com a participação de 71 escolas estaduais que já têm seus professores participando em formações presenciais que visam qualificar esses profissionais. Em 2020, serão 238 escolas com a oferta de cerca de 17 mil novas vagas nessa modalidade de educação integral no estado.
A secretária Julia Santa’Anna explicou que “serão geradas opções de disciplinas eletivas dentro de cada uma das escolas e o aluno terá o seu trabalho individualizado. Ele conseguirá desenhar bem a sua trajetória ao longo dos três anos de ensino médio”.
Educação profissional
Para o próximo ano, a SEE também apresenta novidades na política de Educação Profissional, com a oferta de oportunidades de formações técnicas e profissionalizantes. Serão 13.300 vagas em cursos técnicos, de Formação Inicial e Continuada (FIC) e o Normal de Nível Médio.
Em 29 escolas estaduais, serão ofertadas 1.980 vagas para cursos técnicos. O aluno dessa modalidade deverá estar cursando o ensino médio concomitantemente em qualquer unidade escolar ou já ter concluído essa etapa de ensino. Dentre os cursos ofertados estão Agronegócio, Tradução e Interpretação de Libras, Mecânica, Enfermagem, Logística e Eletrotécnica. Outra oportunidade é o curso de Massoterapia, voltado para pessoas com deficiência visual, com o objetivo de oferecer uma formação profissional técnica que possa auxiliar a inserção desse público no mercado de trabalho.
Já os cursos de Formação Inicial e Continuada (FIC) acontecerão em 113 unidades de ensino. Serão 4.920 vagas para os cursos de agente cultural; agente de informações turísticas; assistente de planejamento, programação e controle de produção; cuidador de idoso; organizador de eventos e promotor de vendas. A carga horária será de 160 a 250 horas, no turno noturno, com o objetivo de suprir demandas imediatas de qualificação profissional.
A escolha dos temas foi baseada nas necessidades da sociedade atual. Pode-se destacar o curso de cuidador de idosos e o curso na área do turismo – o primeiro porque, em razão do aumento da expectativa de vida do brasileiro, a busca por um profissional cuidador de idosos é cada vez maior. Já o segundo, em decorrência da valorização do turismo em Minas, esses profissionais estão sendo cada vez mais procurados no mercado.
As vagas do FIC serão destinadas a toda comunidade escolar. Os critérios para preenchimento das vagas e período de inscrições serão divulgados no próximo mês.
Curso Normal
Também serão ofertadas 6.400 novas vagas para o curso normal de nível médio. A iniciativa da Secretaria de Estado de Educação tem por objetivo formar professores para atuarem na docência da Educação Infantil, ampliando o apoio à educação nessa etapa inicial de ensino nos municípios. O curso normal será disponibilizado em 153 escolas estaduais. Para participar, é necessário que o aluno já tenha concluído o ensino médio.