Ordem do Dia 20/11/24

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Na coluna Ordem do Dia, o historiador, advogado e cientista Político Marco Antônio Andere Teixeira faz uma breve análise sobre fatos do dia.

Sinceramente, sentir saudades de Michelle Bolsonaro não era uma hipótese plausível. Para muitos, o governo Bolsonaro deveria ser esquecido, especialmente em razão das imposturas, maluquices e ilegalidades cometidas pelo ex-presidente. Algumas ainda em fase de julgamento.

Mas não haveria reservas em relação à então primeira dama, Michelle. Haveria o episódio dos cheques. E os tais cultos onde ela “falava em línguas”. Mas não falava palavrões, pelo que se sabe. Nem xingava ninguém.

Além do que, vestia-se de modo discreto e elegante. Nunca usou cores berrantes ou modelos de gosto duvidoso. Uma bela mulher. Comportou-se de modo exemplar nos eventos internacionais que participou, respeitando o protocolo.

Principalmente, não se sabe de nenhuma ação da ex-primeira dama que tenha constrangido a diplomacia brasileira. Ou que, tampouco, tenha comprometido a hospitalidade nacional, quando o Brasil sediou eventos de envergadura mundial. Seria uma mulher bem educada, sobretudo. Uma dama.

Não se sabe que Michelle tenha lançado mão de patrocínios de estatais, para a promoção de shows. Para satisfazer os próprios interesses. Ante o exposto, as saudades devem bater.

Pelo menos, saudades de uma primeira dama que tenha senso de limite, respeite as atribuições do cargo e não envergonhe o país que representa.

Sobretudo, cujas ações não façam com que o marido, no caso o presidente, chame sua atenção em público.
Saudades de uma primeira dama cortês.

Não seria, finalmente, saudades de uma pessoa em particular. Mas saudades de virtudes relativas a um certo tipo de comportamento civilizado…

* Marco Antônio Andere Teixeira é historiador, advogado, cientista político (UFMG), pós-graduado em Controle Externo (TCEMG/PUC-MG), Direito Administrativo (UFMG) e Ciência Política (UFMG). E-mail: marcoandere.priusgestao@gmail.com