Ordem do Dia 17/10/24
continua depois da publicidade
Na coluna Ordem do Dia, o historiador, advogado e cientista Político Marco Antônio Andere Teixeira faz uma breve análise sobre fatos do dia.
O deputado federal mineiro, Reginaldo Lopes, criticou fortemente seu partido, o PT, publicamente. Tal crítica foi motivada pela postura incongruente e contraditória, desse partido, frente à realidade. Condição manifestada no âmbito do Foro de São Paulo, desta feita realizado no México.
A incongruência se dá pelas posições parciais do partido, atropelando parte de seus próprios membros, o que resulta em desarmonia interna. A crítica de Lopes, bem como o desconforto e o mutismo ensurdecedor de parte do governo Lula, seriam provas disso.
As contradições, por sua vez, se dão em termos. Em bom latim, ou segundo a escolástica: “contraditio in terminis”.
Há outra questão inconciliavel, no mesmo caso: não se pode, no mesmo contexto, defender uma certa ideia e ignorar fatos – que a contradizem frontalmente.
A omissão é uma posição. Logo, condenar Israel pelos assassinatos injustificáveis, que comete no Oriente Médio, defendendo Maduro e isentando Putin, ao mesmo tempo, (também assassinos) seria insustentável.
Quando isso é expresso no mesmo documento, seria um escárnio. Não há seriedade nessa conduta. Trata-se da destruição da credibilidade dos próprios argumentos.
É certo que precisamos, no Brasil, do exercício democrático, que supõe a divergência de entendimentos. Já que temos a esquerda no poder, seria essencial que a direita esteja atenta e vigilante.
Historicamente, sabemos do que os governos de esquerda são capazes. O mesmo cuidado e alerta vale para a direita. Os exemplos dos despropósitos direitistas estão também disponíveis.
Nenhum dos lados é confiável e ambos cometem excessos execráveis. Um lado deveria monitorar o outro. Mas não precisavam ser tão mentirosos e ignorantes, o tempo todo.
O abandono da decência e do comedimento, na busca pelo poder, ocasiona um “vale tudo” ofensivo. E desanimador.
Muitos se sentem num mar sem horizontes. Ou num mato sem cachorro. Dureza..
* Marco Antônio Andere Teixeira é historiador, advogado, cientista político (UFMG), pós-graduado em Controle Externo (TCEMG/PUC-MG), Direito Administrativo (UFMG) e Ciência Política (UFMG). E-mail: marcoandere.priusgestao@gmail.com